- A Rede Katahirine, criada em setembro de 2022, conecta 89 cineastas indígenas no Brasil.
- A iniciativa, originada do Instituto Catitu, visa apoiar mulheres cineastas e aumentar a visibilidade de suas obras.
- Recentemente, foi lançado o Prêmio Katahirine, que oferece mentoria para doze projetos audiovisuais centrados em narrativas femininas.
- Mulheres da etnia Shawãdawa reabriram caminhos em suas terras, enfrentando desafios e fortalecendo seu papel na comunidade.
- A rede planeja criar um cineclube e uma produtora de cinema indígena feita por mulheres, ampliando a representatividade no audiovisual brasileiro.
A Rede Katahirine, criada em setembro de 2022, já conecta 89 cineastas indígenas no Brasil, promovendo a visibilidade de suas obras e histórias. A iniciativa, que surgiu do Instituto Catitu, visa apoiar mulheres cineastas e mudar a percepção das comunidades sobre elas.
Recentemente, a rede lançou o Prêmio Katahirine, que incentiva projetos audiovisuais protagonizados por mulheres. O prêmio não é uma competição, mas um espaço de mentoria para doze projetos de filmes. A proposta é que todos os filmes sejam centrados em narrativas femininas, refletindo a diversidade e a riqueza das experiências indígenas.
Entre as cineastas destacadas estão Txai Suruí, produtora do documentário *The Territory*, e Suyani Terena, que apresentou seu trabalho *Rainha das formigas* no festival Douarnenez, na França. Suyani destaca que a rede a motivou a se ver como cineasta, mesmo sem um título formal.
Mudança de Papéis
Um exemplo marcante da transformação promovida pela rede é a expedição de mulheres da etnia Shawãdawa, que reabriram caminhos em suas terras. Durante a jornada, enfrentaram desafios como a falta de comida e as intempéries, mas conseguiram marcar seu território e fortalecer seu papel na comunidade. Catilane Shawãdawa, uma das participantes, agora é reconhecida como líder da juventude local.
As produções da Rede Katahirine abordam temas muitas vezes ignorados pelo cinema indígena tradicional, como rituais e questões íntimas. Mari Corrêa, fundadora da rede, ressalta que essas narrativas são essenciais para visibilizar a presença feminina nas aldeias, que antes era invisível.
A rede também planeja criar um cineclube e uma produtora de cinema indígena feito por mulheres. Com isso, busca ampliar ainda mais o espaço para as vozes femininas no audiovisual brasileiro, promovendo uma nova era de representatividade e empoderamento.