- A 36ª Bienal de São Paulo abriu no último fim de semana, com curadoria de Bonaventure Ndikung e tema Not All Travellers Walk Roads—Of Humanity as Practice, reunindo 125 artistas (97 internacionais e 28 brasileiros).
- A instalação de abertura, Sun of Consciousness, de Precious Okoyomon, destaca a biodiversidade do Cerrado e envolve um caminho espiral coberto de musgo, relacionando natureza e sociedade.
- A bienal segue em cartaz até 11 de janeiro de 2026 e busca conectar arte e natureza, com Ndikung dizendo que a profundidade das obras importa mais que a quantidade.
- A programação inclui performances como Batucada, de Marcelo Evelin, associando ritmos afro-brasileiros a crítica social; Frank Bowling e Marlène Almeida foram destacados, embora críticos tenha apontado que algumas obras nem sempre se encaixam plenamente no contexto.
- A curadoria internacional conta com colaboradores de Marrocos, Suíça e Brasil, ampliando o olhar global em comparação com a edição de 2023, que teve enfoque mais brasileiro.
A 36ª Bienal de São Paulo foi inaugurada no último fim de semana, com a curadoria de Bonaventure Ndikung e o tema Not All Travellers Walk Roads—Of Humanity as Practice. O evento apresenta 125 artistas, incluindo 97 internacionais e 28 brasileiros, com obras que exploram questões sociopolíticas e ambientais. A instalação de abertura, Sun of Consciousness de Precious Okoyomon, destaca-se com elementos que evocam a biodiversidade do Cerrado, uma região brasileira severamente afetada pela desmatamento.
A bienal, que ocorre até 11 de janeiro de 2026, busca conectar arte e natureza, refletindo sobre a prática da humanidade. Ndikunk enfatizou que o foco não está na quantidade, mas na profundidade das obras. A instalação de Okoyomon, que inclui um caminho espiral coberto de musgo e elementos orgânicos, estabelece um diálogo entre natureza e sociedade, alinhando-se ao pensamento de Édouard Glissant.
Temas e Críticas
A curadoria internacional, que conta com colaboradores de Marrocos, Suíça e Brasil, traz um olhar diversificado, embora tenha sido alvo de críticas. A complexidade do tema gerou confusão entre alguns visitantes, que relataram dificuldades em compreender a proposta. Frank Bowling, com mais de 20 obras expostas, e Marlene Almeida, com sua instalação Terra Viva, foram destacados, mas alguns críticos apontaram que as obras nem sempre se integraram bem ao contexto da bienal.
O evento também se destaca pela programação de performances, como a Batucada de Marcelo Evelin, que envolveu o público em uma experiência sensorial intensa. Essa performance, que mistura ritmos afro-brasileiros e elementos de crítica social, foi um dos momentos mais memoráveis da abertura.
Expectativas Futuras
Com um ambiente que mescla arte contemporânea e questões relevantes, a bienal promete ser um espaço de reflexão e diálogo. O evento anterior, realizado em 2023, teve um enfoque mais brasileiro, abordando temas como a religião afro-brasileira e a ditadura militar, mas este ano a proposta se amplia, buscando uma conexão mais global. O sucesso da 36ª Bienal dependerá da capacidade de engajar o público em discussões profundas e significativas sobre a arte e sua relação com a sociedade.
