- A obra A Family of Cheetahs in a Rocky Landscape, de Basawan, foi leiloada em 28 de outubro pela Christie’s, em Londres, e faturou £10,2 milhões, recorde para a arte sul‑asiática clássica.
- O valor total da venda única da coleção Prince Sadruddin Aga Khan atingiu £45,8 milhões, superando expectativa inicial de £8 milhões.
- O leilão também registrou novo marco no mercado sul‑asiático, com o ano sendo descrito como excepcional e de crescimento de interesse por obras clássicas da região.
- Em comparação, a venda anterior em Saffronart, em Nova Délhi, rendeu £40,2 milhões, e a Sotheby’s, em Nova York, £25,5 milhões, ambos no último mês.
- A coleção de Prince Sadruddin Aga Khan reúne 95 lotes, destacando escolas de pintura indiana dos séculos XVI a XIX e a fusão de tradições indianas com influências persas.
A venda da obra A Family of Cheetahs in a Rocky Landscape, do miniaturista indiano Basawan, ocorreu em 28 de outubro na casa de leilões Christie’s em Londres. O quadro, datado de cerca de 1575-80, foi arrematado por £10,2 milhões (aproximadamente R$ 70 milhões), estabelecendo um novo recorde para a arte sul-asiática clássica. O leilão fez parte de uma venda única da coleção de Prince Sadruddin Aga Khan, totalizando £45,8 milhões (cerca de R$ 310 milhões), superando as expectativas iniciais que eram de £8 milhões.
Este leilão marca um momento significativo para o mercado de arte sul-asiática, que teve um ano excepcional. O total arrecadado supera os £40,2 milhões alcançados em uma venda anterior na Saffronart, em Nova Délhi, e os £25,5 milhões da Sotheby’s em Nova York, ambos realizados no último mês. O aumento do interesse por arte moderna da região está agora se refletindo em obras clássicas, como evidenciado pela venda de Basawan.
Contexto da Coleção
Prince Sadruddin Aga Khan, que foi comissário da ONU para Refugiados, montou uma das mais notáveis coleções de arte indiana e islâmica entre as décadas de 1960 e 1990. Ele adquiriu obras de qualidade rara em um período em que muitos itens, anteriormente mantidos por colecionadores europeus, estavam entrando no mercado. A coleção abrangeu 95 lotes, oferecendo uma visão abrangente das principais escolas de pintura indiana dos séculos 16 a 19.
A venda incluiu obras que retratam a vida e a cultura da Índia antiga, como retratos de comerciantes afegãos e tribos pashtuns, além de miniaturas eróticas que exploram a vida aristocrática do norte da Índia. A obra de Basawan, em particular, destaca a fusão das tradições artísticas indianas com influências persas, refletindo a rica herança cultural da época.
Tendências do Mercado
Sara Plumbly, chefe de arte islâmica e indiana na Christie’s, observa que o crescimento do valor da arte Mughal se deve à emergência de compradores indianos que buscam conectar-se com suas raízes. A disponibilidade de obras excepcionais também tem impulsionado o mercado. O leilão recente não apenas estabeleceu um novo marco para a arte indopersa, mas também sinaliza um crescente reconhecimento e valorização da arte sul-asiática no cenário global.