- David Shrigley inaugura uma nova exposição na Stephen Friedman Gallery, em Londres, no dia 14 de novembro.
- A instalação usa aproximadamente dez toneladas de corda velha, organizada em quatro pilhas, com o preço de um milhão de libras.
- Um letreiro em neon classifica a mostra como “exposição de corda velha” e a proposta busca provocar debate sobre o valor da arte e o mercado.
- O proprietário da galeria, Stephen Friedman, disse que a obra pode ser adquirida por colecionadores privados ou instituições.
- Shrigley afirma que, mesmo em um mercado em baixa, a venda de dez toneladas de corda pode surpreender; ele posiciona o preço como provocação comercial.
- A obra também levanta reflexão sobre materiais descartados, já que a corda vem de fontes como escolas de escalada e portos; segundo o artista, cerca de seiscentas e quarenta mil toneladas de corda e redes de pesca são descartadas anualmente nos oceanos.
O artista britânico David Shrigley inaugura sua nova exposição na Stephen Friedman Gallery, em Londres, no dia 14 de novembro. A mostra apresenta aproximadamente 10 toneladas de corda velha, organizada em quatro pilhas, com um preço provocativo de 1 milhão de libras. Essa instalação busca gerar um debate sobre o valor das obras de arte e a dinâmica do mercado.
Shrigley, conhecido por seu humor e crítica ao mercado de arte, coletou a corda de diversas fontes, incluindo escolas de escalada e portos. O material foi intensamente limpo e disposto em cada uma das salas da galeria, acompanhada de um letreiro em neon que anuncia a “exposição de corda velha”. O artista descreve o preço como uma provocação comercial, ressaltando que, embora possa parecer absurdo para quem não é do meio, ele acredita que o valor é justificado.
O proprietário da galeria, Stephen Friedman, afirmou que a instalação pode ser adquirida por colecionadores privados ou instituições. Shrigley admite que, mesmo em um mercado em baixa, a venda de 10 toneladas de corda pode surpreender. “É importante ter um preço; há um preço para cada obra”, diz ele.
Conceito e Crítica
A instalação não se limita a um aspecto estético; Shrigley busca provocar reflexões sobre o que se faz com materiais que não podem ser descartados. Ele vê a arte como uma forma de lidar com questões ambientais, já que 640 mil toneladas de corda e redes de pesca são descartadas anualmente nos oceanos. Para o artista, transformar esses materiais em arte é uma maneira de abordar a problemática ambiental de forma criativa.
Shrigley também destaca que sua abordagem é lúdica, semelhante à curiosidade infantil ao criar. “O que acontece se eu fizer isso?”, questiona, refletindo sobre a essência de sua prática artística. A nova obra, além de ser um comentário sobre o mercado, também é uma exploração da estética e do valor da arte contemporânea.