- Paris Photo retorna ao Grand Palais para a 28ª edição, até 16 de novembro, com 220 expositores (178 galerias e 42 editoras) de 33 países; na edição anterior, 81 mil visitantes, e os dealers destacam desaceleração das aquisições e aumento dos custos.
- O retorno das galerias de Tóquio marca a participação japonesa desde 2019; nove galerias japonesas confirmadas, fortalecendo a diversidade do evento.
- 39% dos artistas apresentados são mulheres, frente a 20% em 2018; a diretora Florence Bourgeois ressalta a importância de uma abordagem ampla, sem temas curiais fixos.
- Foco na diversidade inclui arquivos latino-americanos e novas obras de artistas consolidados e emergentes; galerias de Buenos Aires, São Paulo, Santiago e Cidade do México apresentam narrativas intergeracionais, com a galeria Rolf, de Buenos Aires, destacando retratos redescobertos de escritores argentinos do século XX.
- Desafios do mercado persistem: primeiro dia sem vendas expressivas, embora obras de Jack Davison despertem interesse; seção digital traz obras relevantes, como a instalação de Raphaëlle Peria; estandes com preços reduzidos ajudam novos expositores, e parcerias, como com a BMW, oferecem visibilidade a artistas.
A Paris Photo retorna ao Grand Palais para sua 28ª edição, que ocorre até 16 de novembro. Com 220 expositores, incluindo 178 galerias e 42 editoras de 33 países, a feira se destaca em um momento de incerteza para o setor fotográfico. Embora 81 mil visitantes tenham comparecido na edição anterior, os dealers relatam uma desaceleração nas aquisições, aumento nos custos de produção e menor disposição a riscos por parte dos colecionadores.
Um dos grandes destaques deste ano é o retorno das galerias de Tóquio, que não compareciam desde 2019. Nove galerias japonesas estão presentes, refletindo um impulso significativo na diversidade do evento. Além disso, 39% dos artistas exibidos são mulheres, um aumento considerável em relação a 20% em 2018. A diretora da feira, Florence Bourgeois, enfatiza a importância de uma abordagem ampla, evitando temas curatorialmente fixos.
Foco na Diversidade
A presença de arquivos latino-americanos e novas obras de artistas consolidados e emergentes também é notável. Entre as galerias latino-americanas, destacam-se as de Buenos Aires, São Paulo, Santiago e Cidade do México, que apresentam um olhar intergeracional sobre as histórias fotográficas da região. A galeria Rolf, de Buenos Aires, chamou atenção com retratos redescobertos de escritores argentinos do século XX.
Artistas como Claudia Andujar, conhecida por suas representações sensíveis das comunidades Yanomami, também estão em destaque. Suas obras chegam a Paris após uma apresentação bem-sucedida nas Rencontres d’Arles. A diversidade de abordagens artísticas e a presença de novos trabalhos de figuras estabelecidas, como Sally Mann, demonstram a resiliência do setor.
Desafios do Mercado
Apesar do dinamismo, a feira enfrenta desafios, como a sensibilidade dos colecionadores em relação aos preços. O primeiro dia não registrou vendas expressivas, mas obras de artistas como Jack Davison atraem interesse por sua abordagem processual. A seção digital da feira, embora menor, também apresenta obras significativas, como a instalação de Raphaëlle Peria, que explora a interseção entre fotografia e memória.
Bourgeois reconhece a complexidade do ambiente econômico atual, onde galerias emergentes enfrentam dificuldades financeiras. A introdução de estandes a preços reduzidos é uma tentativa de apoiar novos expositores, enquanto parcerias, como a com a BMW, oferecem visibilidade e suporte a artistas em um momento de incerteza. A Paris Photo continua a ser um espaço vital para a fotografia, promovendo diversidade e inovação em meio a um cenário desafiador.