28 de jul 2025
Bordelais enfrenta dificuldades com direitos de douana dos EUA no setor vinícola
Aumento de tarifas sobre vinhos europeus pode comprometer vendas de Bordeaux, que já enfrentam queda de faturamento de até 50%.

Foto: Reprodução
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Os vinhos de Bordeaux enfrentam um cenário desafiador nos Estados Unidos, seu principal mercado de exportação, que representa 20% do total das vendas, com um faturamento superior a 400 milhões de euros. Recentemente, o ex-presidente Donald Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre vinhos europeus, podendo chegar a 30%. Essa incerteza impacta diretamente as vendas e gera preocupações entre os negociantes da região.
Philippe Tapie, presidente da Bordeaux Négoce, destacou que a situação é "totalmente insaisissável", com mudanças nas políticas comerciais que ocorrem de forma abrupta. Trump, em um encontro na Escócia com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia não teria tarifas inferiores a 15%. Em março, ele já havia ameaçado tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas, em resposta a propostas de taxação sobre o bourbon americano.
A incerteza gerada por essas ameaças tem levado os negociantes a acumular estoques, com a expectativa de que as tarifas possam inviabilizar as exportações. Sébastien Mosès, da Twins Bordeaux, afirmou que a empresa, que normalmente exporta mais de um milhão de garrafas por ano, viu seu faturamento cair 50% em comparação ao ano anterior. Ele ressaltou que a imprevisibilidade da administração americana torna difícil a formulação de estratégias de longo prazo.
Impactos no Setor
A situação é ainda mais crítica para os cerca de 5.000 vignerons de Bordeaux, com um terço deles enfrentando dificuldades financeiras. A combinação de tarifas elevadas, queda na demanda e problemas gerais de exportação resultou em uma superprodução e queda nos preços do vinho. Tapie lamentou que a região esteja se tornando "campeã mundial na acumulação de problemas".
Os negociantes estão adotando diferentes estratégias para mitigar os riscos. Enquanto alguns, como a casa Bouey, diversificaram seus mercados, outros, como a Twins Bordeaux, têm operado com um nível de risco elevado, até mesmo enviando vinhos caros por via aérea para evitar as tarifas. A situação atual exige uma adaptação rápida e eficaz para garantir a sobrevivência no competitivo mercado internacional.
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