França defende isenção de direitos de douana para vinhos e destilados

A União Europeia e os Estados Unidos iniciaram negociações sobre tarifas comerciais, resultando em um acordo preliminar que estabelece uma taxa de 15% sobre produtos europeus, com exceções para alguns setores. O ministro da Economia francês, Eric Lombard, expressou alívio por evitar uma escalada comercial, mas ressaltou a falta de clareza nas condições do acordo.

Durante uma reunião com representantes do governo e do setor privado, Lombard destacou que, apesar do alívio, a taxa de 15% é decepcionante. O acordo prevê uma tributação generalizada, mas a França busca isenções para vinhos e alimentos, setores que temem perdas significativas. O ministro de Comércio Exterior, Laurent Saint-Martin, afirmou que a França está pressionando para que vinhos e destilados sejam excluídos das tarifas.

Incertezas no Setor Alimentício

A Associação Nacional das Indústrias Alimentares (Ania) expressou preocupação com os "contornos muito flutuantes" do acordo, apontando que o custo estimado para o setor pode ultrapassar 800 milhões de euros. A indústria de vinhos e destilados também se manifestou, com a Federação dos Exportadores de Vinhos e Espirituosos (FEVS) solicitando a isenção das tarifas, considerando-os prioritários.

O presidente Emmanuel Macron criticou a falta de firmeza da União Europeia nas negociações, enfatizando que a França continuará a exigir condições mais favoráveis. O deputado Philippe Brun lamentou que, em vez de soluções concretas, o governo ofereceu apenas um site para registrar queixas.

Impactos Econômicos

O impacto das tarifas pode ser significativo, com estimativas de perda de 300 milhões de euros e 5.000 empregos diretos e indiretos no setor de cosméticos, conforme alertou Emmanuel Guichard, diretor da FEBEA. A reunião não trouxe respostas claras, deixando muitos setores preocupados com o futuro das exportações europeias para os Estados Unidos.