Cinebiografias musicais se destacam, mas buscam identidade própria no cinema

No primeiro semestre de 2024, o cinema brasileiro e internacional viu a estreia de três cinebiografias de grandes ícones da música: Meu Sangue Ferve por Você, sobre Sidney Magal; Back to Black, focado em Amy Winehouse; e um documentário sobre The Beach Boys, disponível no Disney+. Esses lançamentos refletem um crescente interesse por histórias de músicos, impulsionado pelo sucesso de filmes como Bohemian Rhapsody e Rocketman.

Além dessas estreias, Timothée Chalamet será o protagonista da cinebiografia de Bob Dylan, intitulada A Complete Unknown, prevista para dezembro de 2024. Britney Spears também anunciou que sua autobiografia será adaptada para o cinema, com direção de Jon M. Chu. Já a cinebiografia de Michael Jackson, intitulada Michael, contará com Jaafar Jackson, sobrinho do cantor, no papel principal e está agendada para 2025.

O Crescimento das Cinebiografias

O fenômeno das cinebiografias musicais não é recente. Desde a década de 1990, produções como Ray e Amadeus conquistaram o público. Após um hiato, o gênero ressurgiu com força na segunda metade dos anos 2010, atraindo a atenção de produtores que buscam oferecer experiências imersivas aos espectadores. As cinebiografias permitem que o público se sinta parte de um show, compartilhando emoções com outros fãs.

No Brasil, o cenário também se diversificou, com filmes como Saudosa Maloca e Meu Nome é Gal, que exploram a vida de artistas de maneira inovadora. O diretor Paulo Machline, de Meu Sangue Ferve por Você, destaca que a produção se afasta da narrativa tradicional, focando em um amor verdadeiro em vez da origem do artista.

Documentários em Alta

Enquanto as cinebiografias dominam os cinemas, o streaming tem se concentrado em documentários mais aprofundados. Recentemente, a banda Bon Jovi lançou uma série com quatro episódios, permitindo uma exploração mais rica de sua trajetória. O documentário sobre The Beach Boys também se destaca, reunindo entrevistas e imagens de arquivo que ampliam o conhecimento sobre a banda.

Produções como A Noite que Mudou o Pop, que aborda os bastidores da gravação de We Are the World, mostram que o formato documental tem atraído o público com histórias mais detalhadas e autênticas. Essa tendência sugere que, enquanto as cinebiografias continuam a ser produzidas, o futuro pode reservar um espaço crescente para documentários que oferecem uma visão mais profunda da vida de artistas que marcaram gerações.