- O filme “Jeanne Dielman”, lançado em mil novecentos e setenta e cinco, foi recentemente relançado e eleito o melhor filme de todos os tempos pela revista Sight and Sound.
- A atuação de Delphine Seyrig, que interpreta a protagonista Jeanne, é destacada como um marco no cinema e no feminismo.
- O filme, dirigido por Chantal Akerman, retrata a rotina monótona de uma dona de casa em tempo real, com duração de três horas e vinte minutos.
- Seyrig, além de atuar, se envolveu em causas feministas e dirigiu obras que abordam questões sociais, como o documentário “Inês”.
- O relançamento do filme oferece uma nova oportunidade para revisitar a trajetória de Seyrig e sua contribuição para o cinema e o ativismo.
O relançamento de “Jeanne Dielman”, filme de 1975, marca uma nova oportunidade para a apreciação da atuação de Delphine Seyrig, que se tornou um ícone do feminismo e do cinema. Recentemente, o filme foi eleito o melhor de todos os tempos pela revista Sight and Sound, destacando sua abordagem radical e consciente.
Na última pesquisa da revista, mais de 1.600 críticos votaram, e “Jeanne Dielman” conquistou o primeiro lugar, sendo reconhecido por sua narrativa única que retrata a vida cotidiana de uma dona de casa. A recepção inicial do filme foi morna, em parte devido à sua duração de 3h20 e à sua representação da vida insípida de Jeanne, que se vê presa em uma rotina monótona.
A Atuação de Seyrig
Delphine Seyrig, que interpretou Jeanne, era uma atriz renomada, conhecida por sua beleza e talento. Antes de “Jeanne Dielman”, Seyrig já havia se destacado em obras de diretores como Alain Resnais e Luis Buñuel. Sua interpretação de Jeanne não apenas trouxe à tona a vida de muitas mulheres, mas também a fez se engajar ativamente em causas feministas, participando do Movimento de Libertação das Mulheres e do Manifesto das 343, que pedia mudanças na legislação sobre aborto.
O filme, dirigido por Chantal Akerman, apresenta a rotina de Jeanne em tempo real, mostrando suas interações e a solidão que a cerca. A trama culmina em um evento que abala seu mundo, refletindo a vida de muitas mulheres que, como Jeanne, viviam em um ciclo de obrigações e falta de prazer.
Impacto Cultural
Além de sua atuação em “Jeanne Dielman”, Seyrig dirigiu filmes que abordavam questões sociais, como o documentário “Inês”, que retratou a história de uma mulher torturada durante a ditadura militar no Brasil. Seu trabalho inovador, como em “Seja Bela e Cale a Boca”, também destacou a luta das mulheres na indústria cinematográfica, mostrando a voz e a experiência de atrizes de diferentes gerações.
O relançamento de “Jeanne Dielman” não é apenas uma celebração de um filme, mas também uma oportunidade de revisitar a trajetória de Delphine Seyrig, uma mulher que se tornou um símbolo de resistência e ativismo através da arte.