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04 de mar 2025

Aumento do consumo compulsivo: o impacto das compras online na saúde mental

Sadie, agente de compras, escondeu vício em compras e acumula US$ 20 mil em dívidas. A compulsão por compras cresce globalmente, especialmente na China, com 29,1% afetados. Especialistas pedem reconhecimento oficial da compulsão como transtorno, mas falta consenso. A Internet e o e commerce intensificam o problema, tornando compras semelhantes a vícios. Estudos indicam que compulsão por compras é um espectro, afetando diversos perfis de consumidores.

Foto:Reprodução

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Sadie, uma compradora compulsiva, escondeu seu problema da família enquanto trabalhava como agente de compras em uma empresa científica. Ela acumulou uma dívida de US$ 20 mil devido a compras online de itens variados, como câmeras e acessórios. “Estou tão envergonhada que não checo o saldo”, afirma, pedindo anonimato para evitar que seu marido descubra a gravidade da situação. O fenômeno do consumo compulsivo não é novo; o psiquiatra alemão Emil Kraepelin já o mencionava em 1899. Especialistas alertam que a situação se agravou com o crescimento do comércio eletrônico, onde plataformas como Amazon e Temu utilizam estratégias que tornam a compra quase viciante.

Estudos globais indicam que o comportamento de compra compulsiva afeta pessoas em diversos países, incluindo Brasil e China, onde cerca de 29,1% da população apresenta esse comportamento. A falta de um diagnóstico oficial para a compulsão de compras dificulta a pesquisa e a regulação do problema. A crescente cultura consumista e a facilidade das compras online contribuíram para a epidemia de vício em compras, que antes era vista como um problema feminino, mas agora afeta homens em igual medida, especialmente entre os jovens.

Pesquisadores como Anna Lembke, da Universidade de Stanford, argumentam que a compulsão por compras se assemelha a outras dependências, ativando o sistema de recompensa dopaminérgico do cérebro. Estudos de imagem cerebral mostram que indivíduos com problemas de compras apresentam uma resposta intensa a estímulos relacionados ao consumo, indicando uma perda de controle sobre o comportamento de compra. Em um estudo de 2021, especialistas concordaram que a "compulsive buying disorder" é uma entidade distinta, com critérios que incluem a falta de controle e a busca por alívio emocional através das compras.

Embora a ideia de um diagnóstico claro seja complexa, a pesquisa sugere que a compulsão por compras pode ser um espectro, com algumas pessoas apresentando problemas leves e outras enfrentando dependências severas. Um estudo de 2020 na Suíça revelou que cerca de 3% dos participantes eram verdadeiramente viciados em compras online, enquanto 11% estavam em risco. A dificuldade em diagnosticar a compulsão se deve ao fato de que a maioria das pessoas encontra prazer nas compras, complicando a distinção entre um comportamento normal e um patológico.

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