29 de jul 2025
Medicamentos podem provocar alterações no comportamento sexual e gerar abusos
Ropinirol provoca comportamentos agressivos e obsessivos em pacientes, levando a separações e alertas sobre riscos não comunicados.

Sarah disse que os medicamentos receitados a seu pai o deixaram obcecado por pornografia (Foto: Getty Images)
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Quando Sarah subiu ao sótão da casa de seu pai, James, não imaginava que encontraria um cenário alarmante. James, diagnosticado com Parkinson e em tratamento com ropinirol, desenvolveu comportamentos obsessivos e agressivos, afetando sua família. Durante a pandemia, Sarah notou mudanças no comportamento do pai e decidiu investigar.
No sótão, encontrou anotações e equipamentos de gravação que James usava para espionar sua esposa. Ele registrou sons e conversas, acreditando que ela o traía. Ao contar à mãe sobre suas descobertas, Sarah ficou horrorizada ao saber que James havia coagido sexualmente a mulher. Após levar o pai a um especialista, descobriu que o ropinirol poderia causar esses efeitos colaterais extremos.
O casal vive atualmente separado, com James em uma residência especializada, onde chegou a agredir funcionários. Sarah, que possui procuração para decisões médicas dos pais, decidiu compartilhar a história para alertar sobre os riscos do medicamento. O caso de James é um entre muitos, com a BBC reportando que 50 casos semelhantes foram registrados, principalmente entre homens em tratamento por distúrbios do movimento.
Os medicamentos agonistas da dopamina, como o ropinirol, são conhecidos por causar comportamentos impulsivos. Apesar de alertas sobre esses efeitos colaterais existirem desde 2003, muitos médicos ainda não informam adequadamente os pacientes. A presidente interina da Comissão de Saúde, Paulette Hamilton, enfatiza a necessidade de reforçar as recomendações de segurança, já que nove em cada dez pessoas não leem as bulas.
Estudos mostram que esses medicamentos podem aumentar a libido e levar a comportamentos sexuais compulsivos. A Agência Reguladora de Medicamentos do Reino Unido não planeja alterar as advertências sobre esses riscos, enquanto o Colégio Real de Clínicos Gerais atualiza seu currículo para incluir monitoramento de efeitos colaterais em pacientes com síndrome das pernas inquietas.
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