- O filme Beginning, estreia da cineasta georgiana Dea Kulumbegashvili, foi premiado no Festival de San Sebastián de 2020.
- A obra recebeu a Concha de Ouro, além de prêmios de melhor direção, roteiro e atriz.
- A narrativa aborda o aborto em um contexto social opressivo, focando na vida de uma obstetra que realiza abortos em mulheres pressionadas por seus maridos.
- O filme utiliza longas tomadas sem cortes e uma estética visual sombria para provocar reflexões sobre a opressão feminina.
- As reações ao filme variam, com críticos elogiando a ousadia da diretora, enquanto outros consideram a obra densa e difícil de digerir.
Abordagens Cinematográficas sobre o Aborto
O filme Beginning, estreia da cineasta georgiana Dea Kulumbegashvili, foi premiado no Festival de San Sebastián de 2020, recebendo a Concha de Ouro e prêmios de melhor direção, roteiro e atriz. A obra apresenta uma narrativa intensa sobre o aborto em um contexto social opressivo.
A produção explora a vida de uma obstetra que realiza abortos em mulheres pressionadas por seus maridos em áreas rurais. Através de longas tomadas sem cortes, que podem durar até cinco minutos, o filme provoca uma reflexão sobre a opressão feminina e os dilemas morais envolvidos. A estética visual é marcada por composições impactantes e uma fotografia sombria, que busca transmitir a gravidade da situação.
Kulumbegashvili, influenciada por cineastas como Michael Haneke, utiliza um simbolismo que remete a obras de diretores como Apichatpong Weerasethakul. A presença de elementos sobrenaturais e oníricos ao longo do filme gera interpretações diversas, sendo visto por alguns como uma crítica ao patriarcado e, por outros, como uma abordagem excessivamente críptica.
Reações e Críticas
As reações ao filme variam amplamente. Críticos elogiam a ousadia da diretora e sua busca por novas formas de narrativa, enquanto outros consideram que a obra pode se tornar excessivamente densa e difícil de digerir. A proposta de desconstruir a narrativa tradicional e explorar a incomodidade do espectador é um ponto de debate entre especialistas.
A obra, com duração de 134 minutos, estreou em 5 de setembro de 2024, e continua a gerar discussões sobre a representação das mulheres no cinema e a complexidade do tema do aborto. Beginning se destaca como um exemplo de como o cinema pode abordar questões sociais delicadas, desafiando o público a refletir sobre realidades muitas vezes ignoradas.