- Mónica Ojeda lança o romance “Xamãs Elétricos na Festa do Sol”, publicado pela Editora Autêntica.
- O livro está disponível por R$ 79,80 (edição impressa) e R$ 55,90 (ebook).
- A narrativa se passa no Chimborazo, no Equador, e aborda a relação entre música, rituais ancestrais e a geografia local.
- A história retrata jovens que celebram o Inti Raymi, a festa do Sol, em um ambiente de transe coletivo, misturando tradições indígenas e elementos contemporâneos.
- A obra explora temas como medo e transformação em um contexto de violência e narcotráfico, com personagens que têm suas histórias contadas em formato de coro.
Mónica Ojeda, uma das vozes mais inovadoras da literatura latino-americana contemporânea, lança seu novo romance “Xamãs Elétricos na Festa do Sol”. A obra, que chega ao público com preço de R$ 79,80 (edição impressa) e R$ 55,90 (ebook), é publicada pela Editora Autêntica e traduzida por Silvia Massimini Felix.
Ambientado no cenário vulcânico do Chimborazo, o romance explora a intersecção entre música, rituais ancestrais e a geografia equatoriana. A narrativa coletiva retrata jovens que se reúnem para celebrar o Inti Raymi, a festa do Sol, onde drogas, batidas eletrônicas e tradições indígenas criam um espaço de transe coletivo. A obra reflete sobre o medo e a transformação em um país marcado pela violência e pelo narcotráfico.
Temas Centrais
A presença dos vulcões, que já inspirou poetas como João Cabral de Melo Neto, é central na obra de Ojeda. O vulcão é descrito como uma figura maternal, ao mesmo tempo assustadora e acolhedora, simbolizando uma natureza vivida intensamente pelos equatorianos. A narrativa inicia com uma citação de Nietzsche: “O ouvido é o órgão do medo”, que serve como chave interpretativa para a obra.
Os personagens, como Nicole, Mario, Pamela e Pedro, têm suas histórias contadas em um formato de coro, refletindo a sensação de um ritual coletivo. A busca de Noa por seu pai ermitão é um dos fios condutores da trama, que mescla elementos de mito e delírio.
Estilo e Ambição Literária
Ojeda retoma temas de suas obras anteriores, como a violência urbana e a crise familiar, mas com uma nova ambição literária. Em “Xamãs Elétricos”, o terror se torna cósmico, emergindo da relação entre corpo e natureza. A prosa da autora, que flui como um mantra, é rica em detalhes realistas e provoca uma reflexão profunda sobre a condição humana.
Com este lançamento, Mónica Ojeda se consolida na tradição do gótico latino-americano feminino, dialogando com autoras como Samanta Schweblin e Mariana Enriquez, enquanto propõe uma nova revolução: a do corpo em relação visceral à geografia e à história do Equador.