- O New York Film Festival apresentou dois filmes que exploram a experiência de observar arte: Fragments for Venus, de Alice Diop, e Doomed and Famous, de Bingham Bryant, dialogando com a poética de Robin Coste Lewis.
- Em Fragments for Venus, a negritude é analisada durante uma caminhada pelo Louvre, com a leitura do poema Voyage of the Sable Venus e destaque para figuras negras nas pinturas, encerrando com imagens de Bed-Stuy e referências a Nona Faustine.
- Doomed and Famous acompanha Adrian Dannatt na galeria Miguel Abreu, conectando obras com leituras sobre vida e morte a partir de obituários, e unindo artistas renomados e menos conhecidos.
- As obras unem-se pela reflexão sobre representação e memória na arte, desafiando narrativas tradicionais e promovendo um olhar mais inclusivo sobre a prática artística.
Recentemente, o New York Film Festival apresentou dois filmes que exploram a experiência de observar arte: Fragments for Venus, de Alice Diop, e Doomed and Famous, de Bingham Bryant. Ambas as obras dialogam com a poética de Robin Coste Lewis e trazem novas perspectivas sobre a representação da negritude nas artes visuais.
Fragments for Venus propõe uma reflexão sobre a negritude através de uma caminhada pelo Museu do Louvre. A narrativa é acompanhada por uma leitura do poema *Voyage of the Sable Venus*, que menciona figuras históricas de mulheres negras. A protagonista, uma mulher negra, observa obras de arte, como o famoso *Banquete de Cana*, enquanto o filme destaca a presença de figuras negras nas pinturas, ampliando a discussão sobre a representação racial na arte. A obra se encerra com imagens de Bed-Stuy, Brooklyn, e referências à artista Nona Faustine, criando um elo entre o passado e a vivência contemporânea.
Doomed and Famous
Por sua vez, Doomed and Famous segue Adrian Dannatt em uma visita à galeria Miguel Abreu, onde a exibição se baseia em sua coleção de obituários de figuras do mundo da arte. O filme entrelaça obras de artistas renomados e menos conhecidos, enquanto Dannatt reflete sobre sua carreira e as personalidades que moldaram a cena artística. A obra é acompanhada por leituras filosóficas de amigos e críticos, que conectam as obras com a narrativa de vida e morte presente nas exposições.
Ambos os filmes, embora distintos em abordagem, oferecem uma nova forma de olhar para a arte, ressaltando a importância da representação e da memória. Através de suas lentes, Diop e Bryant nos convidam a reconsiderar a forma como a arte é vista e interpretada, desafiando narrativas tradicionais e promovendo um diálogo mais inclusivo sobre a experiência artística.