- O Art Week Tokyo 2025 apresenta o programa de vídeo Rituals, curado por Keiko Okamura, com dez obras exibidas em loop na SMBC East Tower, explorando rituais, morte e memória.
- Entre as obras, Hiroko Okada reimagina o papel do okuribito, usando AR e VR, para que os participantes sejam seus próprios cuidadores.
- Maiko Jinushi registra a remoção de lápides em um dos maiores cemitérios de Tóquio, prática que ocorre quando não há descendentes para custear.
- O programa destaca gestos cotidianos, como The Family (2022), de Nayab Noor Ikram, que reconstitui um ritual de lavagem de cabelo, e Okinawa Graveyard Club (2004), de Chikako Yamashiro, que dança diante de túmulos para evocar memória de conflitos.
- A curadora ressalta que, independentemente dos métodos, os trabalhos se conectam pelos rituais que moldam vida, luto e memória, convidando à reflexão sobre pequenas práticas no contexto da arte contemporânea.
O Art Week Tokyo 2025 apresenta um programa de vídeo intitulado Rituals, curado por Keiko Okamura. As dez obras selecionadas exploram temas como rituais, morte e memória, sendo exibidas em loop no SMBC East Tower. O intuito é refletir sobre tradições e a complexidade da experiência humana.
Entre as obras destacadas, Hiroko Okada reimagina o papel do okuribito, figura responsável por preparar os falecidos para a despedida, utilizando tecnologias de AR e VR. Os participantes tornam-se seus próprios cuidadores, vivenciando uma nova perspectiva sobre o luto. Maiko Jinushi, por sua vez, documenta a remoção de lápides em um dos maiores cemitérios de Tóquio, um processo que ocorre quando não há descendentes para arcar com os custos.
Temas de Vida e Luto
O programa também aborda gestos cotidianos, como em The Family (2022), de Nayab Noor Ikram, onde a artista recria um ritual de lavagem de cabelo, ressaltando a importância das tradições em comunidades diásporas. Chikako Yamashiro, com Okinawa Graveyard Club (2004), realiza uma dança em frente a túmulos familiares, evocando a memória de conflitos nas ilhas do sul do Japão.
Okamura destaca que, embora os métodos artísticos variem, os trabalhos se conectam por meio da abordagem dos rituais. “Cada artista responde aos seus desafios de maneira única”, afirma. Rituals serve como um convite à reflexão sobre as pequenas práticas que moldam nossas vidas, oferecendo consolo em tempos de consumo acelerado de mídia.
O programa se torna um ponto focal para contemplar rituais da vida através da arte contemporânea, mostrando como ações ritualísticas podem proporcionar uma compreensão mais profunda da experiência humana.