09 de fev 2025
Microsoft oferece US$ 5 mil a escritores por direitos de livros para IAs
Alice Robb aceitou proposta da Microsoft, recebendo US$ 2.125 por seu livro. A decisão gerou debates sobre direitos autorais e compensação para autores. Autores enfrentam pressão financeira, levando muitos a aceitar acordos similares. A pirataria de livros online é um problema crescente, afetando a renda dos escritores. Processos judiciais contra empresas de IA podem redefinir compensações futuras.
Foto:Reprodução
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Recentemente, a jornalista e escritora americana Alice Robb recebeu um e-mail da HarperCollins com uma proposta da Microsoft para licenciar títulos do catálogo da editora, incluindo sua obra, para treinar modelos de inteligência artificial. O acordo oferecia US$ 5.000 por título, com metade desse valor destinada aos autores que aceitassem, como Robb. Em seu artigo na Bloomberg, ela expressou a dificuldade de decidir, já que não havia precedentes para esse tipo de contrato e a pressão para aceitar era alta.
Robb consultou um grupo de escritores, e a maioria admitiu que aceitaria a proposta, refletindo um sentimento de resignação diante das dificuldades financeiras enfrentadas por autores. Um relatório de 2023 da Authors Guild revelou que a renda anual mediana dos escritores em tempo integral nos EUA era de US$ 20.000. No Reino Unido, a situação era ainda mais crítica, com autores ganhando em média £ 7.000 por ano. A pirataria de livros online também é uma preocupação crescente, custando à indústria editorial centenas de milhões de dólares anualmente.
A proposta da Microsoft fez Robb perceber que sua obra já poderia ter sido utilizada por modelos de IA sem sua autorização. Ela mencionou que a editora Taylor & Francis havia vendido seus catálogos para a Microsoft sem notificar os autores. Apesar de a oferta parecer simbólica, Robb se sentiu incapaz de avaliar suas implicações, levantando questões sobre a ética de colaborar com a IA e a compensação justa para os criadores de conteúdo.
A discussão sobre direitos autorais se estende a outras indústrias, como a música, onde artistas também enfrentam desafios com grandes empresas de tecnologia. Enquanto processos judiciais contra empresas de IA estão em andamento, Robb decidiu investigar a presença de sua obra em bancos de dados de IA. Ao final, ela aceitou a proposta, refletindo a incerteza que permeia a decisão, afirmando que “não sei se tomei a decisão certa. Pelo que vejo, ninguém sabe.”
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