Café brasileiro alerta EUA sobre tarifas e risco de marcas americanas sumirem

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) solicitou ao governo dos Estados Unidos a exclusão do café da tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. A medida, segundo o conselho, pode impactar negativamente marcas tradicionais americanas, que dependem do café brasileiro, responsável por mais de 30% do mercado de café nos EUA.

Em carta enviada ao USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), o Cecafé destacou que o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, com os EUA sendo o principal destino das exportações brasileiras, representando 16% do total. O documento alerta que a imposição da tarifa pode forçar marcas icônicas, como Folgers e Maxwell House, a alterar seus blends, prejudicando sua identidade.

O impacto econômico do café é significativo. Em 2024, o Brasil exportou 50,5 milhões de sacas, gerando US$ 12,5 bilhões. O Cecafé também enfatizou a importância do setor para a economia americana, onde 76% dos cidadãos consomem café, movimentando US$ 343 bilhões anualmente e sustentando 2,2 milhões de empregos.

Medidas de Contingência

Em resposta à tarifa, o governo brasileiro anunciou um plano de contingência, denominado Plano Brasil Soberano, que inclui uma linha de crédito de até R$ 30 bilhões para apoiar empresas afetadas. A medida também prevê o adiamento de impostos federais e a reformulação das garantias à exportação.

As exportações de café verde do Brasil caíram 28,1% em julho, com empresas americanas solicitando o adiamento de embarques enquanto aguardam uma solução para as tarifas. O Cecafé considera a possibilidade de triangular a exportação, vendendo o grão verde para outros países, onde seria torrado e misturado, antes de ser enviado aos EUA, evitando assim os efeitos da tarifa.