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19 de ago 2025

"Análise revela como ignorar leis estrangeiras afeta relações internacionais"

STF e Cade destacam a necessidade de um marco regulatório para proteger empresas brasileiras da pressão de normas internacionais sobre direitos humanos e meio ambiente

Ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino afirmou obiter dicta que decisões e leis estrangeiras somente valem no Brasil quando devidamente reconhecidas (Foto: Wilton Junior/Estadão)

Ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino afirmou obiter dicta que decisões e leis estrangeiras somente valem no Brasil quando devidamente reconhecidas (Foto: Wilton Junior/Estadão)

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O debate sobre a extraterritorialidade das leis e sua aplicação no Brasil ganhou novo impulso com recentes declarações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ministro Flávio Dino destacou que decisões e leis estrangeiras só têm validade no Brasil após reconhecimento formal. Essa posição reflete a crescente pressão de normas internacionais sobre empresas brasileiras, especialmente em questões de direitos humanos e meio ambiente.

Na prática, o princípio da territorialidade, que afirma que cada Estado aplica suas leis dentro de suas fronteiras, está sendo desafiado. A Lei Magnitsky, por exemplo, permite que os EUA sancionem indivíduos acusados de violar direitos humanos em qualquer lugar do mundo, bloqueando seus bens e restringindo suas atividades financeiras. Com isso, empresas brasileiras que operam globalmente enfrentam dilemas complexos, pois ignorar essas normas pode resultar em custos significativos.

Impacto nas Empresas Brasileiras

Recentemente, o Cade analisou a moratória da soja, um acordo entre grandes tradings globais e clientes europeus que visa restringir a origem da soja de áreas desmatadas no Brasil. Embora o foco da análise tenha sido técnico, a situação evidencia como regras estrangeiras podem impactar diretamente o comportamento de empresas locais. A pressão de ONGs e governos europeus levou essas tradings a adotar práticas que, embora voluntárias, podem entrar em conflito com a legislação brasileira.

Além disso, o Brasil não possui uma legislação que proteja suas empresas de sanções externas, como o Blocking Statute da União Europeia. Essa lacuna normativa gera insegurança jurídica, pois empresas brasileiras precisam se adaptar a normas que não foram criadas em seu contexto legal. A ausência de um marco regulatório claro torna a situação ainda mais delicada, exigindo uma abordagem institucional para lidar com as consequências da extraterritorialidade.

Necessidade de um Marco Regulatório

Diante desse cenário, a urgência de um marco regulatório que proteja as empresas brasileiras de normas conflitantes se torna evidente. O Congresso Nacional deve considerar a criação de legislações que garantam a segurança jurídica e operacional das empresas, enquanto o Judiciário deve estar ciente dos efeitos internacionais de suas decisões. O Executivo, por sua vez, precisa fomentar o diálogo com governos estrangeiros para proteger o espaço normativo nacional.

A crescente complexidade das relações internacionais e a intensificação das disputas comerciais tornam essencial que o Brasil se posicione de forma proativa. Ignorar a extraterritorialidade das normas é um risco que pode comprometer a competitividade das empresas brasileiras no cenário global.

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