- O mercado de trabalho brasileiro enfrenta aumento do emprego informal e insatisfação dos funcionários, com 30% dos trabalhadores afetados pela síndrome de burnout.
- A administradora Renata Rivetti propõe uma reformulação da cultura organizacional, priorizando o bem-estar e a saúde mental.
- Rivetti sugere rever processos de mensuração de resultados e promover conversas difíceis entre líderes e colaboradores.
- Ela apresenta três pilares para melhorar o ambiente de trabalho: relações, foco nas forças e redução da sobrecarga.
- Rivetti também é parceira do projeto 4 Day Week Global, que defende a semana de quatro dias de trabalho, mostrando resultados positivos para a saúde dos funcionários.
O mercado de trabalho brasileiro enfrenta uma crise estrutural, marcada pelo aumento do emprego informal e pela insatisfação dos funcionários. Dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) indicam que 30% dos trabalhadores sofrem de burnout, uma síndrome que reflete a pressão e a sobrecarga no ambiente profissional.
Diante desse cenário, a administradora e especialista em psicologia positiva, Renata Rivetti, propõe uma reformulação da cultura organizacional. Em seu livro “O Poder do Bem-Estar”, ela sugere um novo modelo de trabalho que prioriza o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores. Rivetti afirma que é necessário rever processos e formas de mensurar resultados, além de promover conversas difíceis que muitos líderes evitam.
A especialista critica a visão tradicional que ainda valoriza o comportamento workaholic, colocando o trabalho como o centro da vida das pessoas. Para ela, o burnout deve ser encarado como uma doença ocupacional, e não como uma falha individual. Empresas frequentemente tratam o bem-estar como um luxo, quando na verdade deveria ser uma necessidade básica, incluindo aspectos como equidade e inclusão.
Três Pilares para a Mudança
Rivetti elenca três pilares fundamentais para melhorar o ambiente de trabalho:
1. Relações: Construir um senso de pertencimento e segurança psicológica.
2. Foco nas forças: Colocar as pessoas nas atividades que melhor se adequam a suas habilidades.
3. Redução da sobrecarga: Implementar períodos de pausa e descanso para combater o estresse.
Ela ressalta que a felicidade no trabalho está ligada à intenção, autoconhecimento e autorresponsabilidade. A cultura de bem-estar deve ser uma prioridade, não apenas uma meta a ser alcançada.
Além disso, Rivetti é parceira do projeto 4 Day Week Global no Brasil, que propõe a semana de quatro dias de trabalho. Essa prática, embora vista com receio por empresários, tem mostrado resultados positivos para a saúde e o bem-estar dos funcionários.
O Brasil ocupa atualmente o 36º lugar no ranking de felicidade da ONU, que considera não apenas a economia, mas também a percepção de suporte social. Rivetti conclui que é essencial repensar o impacto das empresas na vida das pessoas, promovendo um ambiente de trabalho mais humano e sustentável.