- O agronegócio brasileiro movimentou R$ 8 trilhões em 2024, com crescimento de 6,8% em relação a 2023.
- A participação do setor nas comercializações totais do país caiu de 32% para 24,2%.
- O presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto do Amaral, destacou desafios como instabilidade tarifária internacional, aumento da carga tributária e problemas logísticos.
- O Sudeste concentra 56,8% das empresas do agronegócio, com São Paulo liderando. Regiões como o Norte e Nordeste apresentam crescimento acelerado.
- O Nordeste possui o maior número de produtores rurais, com destaque para a Bahia, que tem 610 mil produtores. O Norte teve crescimento de 7,7% entre 2023 e 2024.
As empresas do agronegócio brasileiro movimentaram R$ 8 trilhões em 2024, um crescimento de 6,8% em relação ao ano anterior. O estudo, divulgado pelo Empresômetro, revela que a participação do setor nas comercializações totais do país caiu de 32% para 24,2%. Isso indica que, apesar do aumento no volume de negócios, outros setores estão ganhando espaço.
Gilberto do Amaral, presidente do IBPT, destaca que o agronegócio enfrenta desafios significativos, como a instabilidade tarifária internacional, o aumento da carga tributária e problemas logísticos. Esses fatores dificultam a manutenção da liderança do setor em várias commodities. O estudo não considera os impactos do tarifaço iniciado por Donald Trump em janeiro de 2024.
Análise do Setor
O valor transacionado pelo agronegócio foi de R$ 12,31 trilhões, representando 32,59% do total de operações no Brasil, que somaram R$ 49,14 trilhões. A soja é um exemplo claro desse processo, onde o grão passa por várias etapas de venda até chegar ao consumidor final, o que inflaciona o valor transacionado.
O Sudeste concentra 56,8% das empresas do agro, com São Paulo liderando com quase 40% do total. No entanto, estados como o Espírito Santo e regiões do Norte e Nordeste apresentam crescimento acelerado, com o Acre e Amapá registrando aumentos superiores a 64% entre 2022 e 2024. Essa expansão sugere uma maior formalização empresarial e a penetração de atividades agropecuárias em áreas antes menos desenvolvidas.
Produção e Exportação
O Nordeste é a região com o maior número de produtores rurais, totalizando 1.750.223 pessoas, o que representa 45,7% do total nacional. A Bahia sozinha possui 610 mil produtores, refletindo a importância da agricultura familiar. O crescimento de 4% entre 2022 e 2024 indica que, mesmo com a mecanização, a base produtiva na região permanece ativa.
O Norte, por sua vez, teve um crescimento de 7,7% entre 2023 e 2024, impulsionado pela expansão da fronteira agrícola e pela formalização de pequenos produtores. Essa evolução é crucial para integrar a produção local às cadeias formais de comercialização, promovendo ganhos de produtividade e facilitando o acesso a crédito rural.