25 de jul 2025
Líderes evangélicos enfrentam depressão e alertam sobre exaustão dos pastores
Pastor renuncia ao ministério após diagnóstico de depressão severa, destacando a urgência de apoio emocional nas igrejas.

Foto: Reprodução
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O pastor Luciano Estevam renunciou ao ministério da Primeira Igreja Batista em Aracruz (ES) após ser diagnosticado com depressão severa. Com mais de 24 anos de serviço, sua decisão destaca a crescente preocupação com a saúde mental entre líderes religiosos. Ao se afastar, Luciano enfatizou a importância de priorizar seu tratamento e não comprometer o trabalho da igreja enquanto enfrenta a doença.
Dados recentes revelam que 42% dos pastores americanos já consideraram deixar o ministério devido à exaustão. No Brasil, uma pesquisa da PUC-SP apontou que 8% dos pastores da Convenção Geral das Assembleias de Deus apresentam sintomas de depressão, enquanto 18,4% relatam ansiedade. Esses problemas são frequentemente exacerbados pela falta de apoio emocional e espaços seguros para expressar dificuldades.
A psicóloga Danielle Silva observa que a pressão por excelência e o isolamento emocional são fatores que contribuem para o adoecimento desses líderes. O estigma associado ao sofrimento psíquico, muitas vezes visto como falta de fé, impede a busca por ajuda e intensifica o sentimento de culpa.
A Necessidade de Acolhimento
O pastor e psicanalista Sidnei Vicente Paula de Melo defende que a fé e a ciência podem coexistir para promover a cura. Ele ressalta que o acolhimento emocional deve ser parte essencial do ministério, transformando a igreja em um espaço seguro para a cura das feridas emocionais. Anderson Aurora, também pastor e psicanalista, complementa que a escuta clínica pode ajudar a transformar o sofrimento em um processo de cura.
O pastor Júnior Martins, autor de "A Batalha Silenciosa dos Pastores", destaca que cerca de 60% dos líderes religiosos no Brasil enfrentam algum grau de depressão. Ele enfatiza que muitos pastores se sentem isolados, temendo o estigma e a falta de apoio. Romper o silêncio sobre esses desafios é crucial para o cuidado e a saúde mental no ambiente pastoral.
A situação de Luciano Estevam pode ser um marco para que as igrejas brasileiras adotem práticas mais eficazes de acolhimento e prevenção. O cuidado com a saúde emocional dos líderes deve ser integrado ao ministério, refletindo diretamente na vitalidade das comunidades religiosas.
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