- O Rastafarianismo foi reconhecido como uma religião legítima por um tribunal no Quênia.
- A decisão permitiu a abertura de um novo tabernáculo em Ruai, nos arredores de Nairobi.
- A mudança na percepção da religião começou em 2019, após a expulsão de uma estudante por usar dreadlocks.
- A comunidade Rastafari tem crescido, especialmente entre os jovens, e é dividida em três “mansões”: Nyabinghi, Bobo Ashanti e as Doze Tribos de Israel.
- Apesar do reconhecimento, os Rastafarianos ainda enfrentam estigmas e mal-entendidos, mas a aceitação da religião tem aumentado.
NAIROBI, Quênia (AP) — O Rastafarianismo, uma religião fundada em 1930, foi recentemente reconhecido como uma religião legítima por um tribunal queniano. Essa decisão permitiu a abertura de um novo tabernáculo em Ruai, nos arredores de Nairobi, onde fiéis se reuniram para celebrar com músicas e leituras de escrituras.
A mudança na percepção do Rastafarianismo no Quênia começou em 2019, quando uma estudante foi expulsa da escola por se recusar a cortar suas dreadlocks, um símbolo importante para os seguidores da religião. O tribunal decidiu que a prática religiosa deveria ser protegida, um veredicto que foi confirmado pela Suprema Corte.
Crescimento da Comunidade
Embora não haja dados exatos sobre o número de Rastafarianos no Quênia, a comunidade tem crescido, especialmente entre os jovens. Durante a inauguração do tabernáculo, cerca de 30 fiéis estiveram presentes. O movimento é dividido em três “mansões”: Nyabinghi, Bobo Ashanti e as Doze Tribos de Israel, cada uma representando grupos que se reúnem para adorar.
Os tabernáculos são construídos com postes de madeira e telhados de chapas de ferro, decorados nas cores tradicionais do Rastafarianismo: vermelho, amarelo e verde. A estética simples reflete a conexão da religião com a natureza e a espiritualidade.
Desafios e Percepções
Apesar do reconhecimento legal, os Rastafarianos ainda enfrentam estigmas e mal-entendidos. Muitas vezes, são vistos como preguiçosos ou associados ao uso de substâncias como a maconha, que é considerada sagrada em suas cerimônias. No entanto, a comunidade se destaca por sua espiritualidade afrocentrada e por promover a paz.
Ng’ang’a Njuguna, um dos líderes da mansão Nyabinghi, observa que a crescente curiosidade dos jovens sobre o estilo de vida Rastafari tem contribuído para a expansão da religião no país. Ele destaca a importância da conexão com a natureza e a busca por uma vida espiritual autêntica.
Christine Wanjiru, uma das membros mais antigas, relembra os desafios enfrentados no passado, quando a discriminação era comum. Contudo, ela afirma que a aceitação da religião tem aumentado, com mais pessoas se unindo à comunidade.