- As autoridades iranianas aumentaram a repressão a cristãos, utilizando espionagem e intimidação para desmantelar redes religiosas.
- O governo investiga dispositivos eletrônicos de cristãos presos para identificar outros membros da fé.
- Durante os interrogatórios, os cristãos enfrentam ameaças, incluindo coação de familiares, para obter informações sobre outros.
- Para evitar infiltrações, os cristãos adotam medidas de segurança, como abordar novos interessados em locais públicos e criar planos de fuga para reuniões.
- Apesar dos riscos, os cristãos continuam a se reunir, buscando apoio mútuo em um ambiente hostil.
Repressão a Cristãos no Irã
As autoridades iranianas intensificaram a repressão a cristãos, utilizando táticas de espionagem e intimidação para desmantelar redes religiosas. Recentemente, foi revelado que, ao prender um cristão, o governo busca descobrir toda a rede de contatos da pessoa. Mansour Borji, da organização de direitos humanos Article 18, explica que o serviço de inteligência investiga dispositivos eletrônicos para identificar outros cristãos.
Durante os interrogatórios, os cristãos enfrentam ameaças, incluindo a coação de familiares, para que revelem informações sobre outros membros da fé. Além disso, o governo treina espiões para se infiltrarem em igrejas domésticas, disfarçando-se como interessados na fé cristã. Essa vigilância constante gera um dilema para os cristãos: proclamar sua fé ou proteger suas reuniões.
Estratégias de Segurança
Para evitar a infiltração, os cristãos adotam medidas de segurança rigorosas. Mehrdad, um cristão iraniano, relata que novos interessados na fé são inicialmente abordados em pequenos grupos em locais públicos, evitando riscos. A confiança é construída ao longo do tempo, e apenas aqueles considerados seguros são convidados para as reuniões em casa.
A pressão constante afeta a vida dos cristãos, que vivem com o medo de serem descobertos. “Criamos um plano de fuga para cada reunião,” diz Mehrdad, destacando a necessidade de estar sempre alerta. A cada toque na campainha, a tensão aumenta, pois pode ser uma visita inesperada das autoridades.
Comunhão em Tempos Difíceis
Apesar dos riscos, os cristãos continuam a se reunir, buscando apoio mútuo. “Ver outros cristãos é como sentir o sol no rosto após estar na prisão,” afirma Mehrdad. Essa comunhão é vital para a manutenção da fé e da esperança em um ambiente hostil. Os cristãos no Irã, mesmo sob constante vigilância, permanecem firmes em sua crença, confiando na orientação divina para enfrentar os desafios diários.