- O Vaticano enfrenta novas revelações sobre um caso de má conduta financeira envolvendo um cardeal e outros suspeitos.
- Mensagens de WhatsApp entre duas mulheres indicam manipulações para influenciar depoimentos no processo.
- As conversas revelam apoio a Monsenhor Alberto Perlasca, que mudou seu depoimento contra o cardeal Angelo Becciu.
- Francesca Chaouqui, especialista em relações públicas, afirmou ter contato próximo com investigadores e que o Papa estava ciente das manobras.
- Um áudio vazado sugere que o comissário de polícia do Vaticano, Stefano De Santis, orientou Chaouqui sobre o que Perlasca deveria declarar.
VATICANO (AP) — O Vaticano enfrenta novas revelações em um caso de má conduta financeira que envolve um cardeal e outros suspeitos. Mensagens de WhatsApp entre duas mulheres, obtidas por advogados de defesa, indicam manipulações para influenciar depoimentos no processo. As conversas, que abrangem quatro anos, revelam uma rede de apoio a Monsenhor Alberto Perlasca, um dos principais suspeitos, que acabou mudando seu depoimento contra o cardeal Angelo Becciu.
As mensagens, escritas em italiano, foram inicialmente reportadas pelo jornal Domani. Elas mostram que Francesca Chaouqui, especialista em relações públicas, sugeriu a uma amiga que tinha contato próximo com investigadores do Vaticano e até com o Papa. Chaouqui afirmou que todos estavam cientes das manobras para ajudar Perlasca a se sentir apoiado, incentivando-o a implicar Becciu.
Em uma troca de mensagens, Ciferri, amiga de Perlasca, expressou preocupação sobre a veracidade das afirmações de Chaouqui. Esta, por sua vez, garantiu que o Papa e outros sabiam do apoio que estavam oferecendo, mas alertou que a revelação disso poderia invalidar o julgamento, caracterizando uma conspiração.
As implicações dessas mensagens são significativas, especialmente considerando que Perlasca se tornou uma testemunha-chave após mudar seu depoimento. Um áudio também vazado sugere que o comissário de polícia do Vaticano, Stefano De Santis, orientou Chaouqui sobre o que Perlasca deveria declarar em um novo interrogatório.
A autenticidade do áudio não foi contestada pelo Vaticano, que ainda não se pronunciou sobre as mensagens. Ciferri, em declaração, minimizou a importância das conversas, afirmando que são um assunto separado do julgamento principal e que está colaborando com a investigação contra Chaouqui por manipulação psicológica.