- O furto de energia elétrica por ligações clandestinas gerou um prejuízo de R$ 10,3 bilhões em 2024, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
- Cidades do Rio de Janeiro, como Duque de Caxias e São Gonçalo, têm os maiores índices de perda de energia, com 34,35% e 31,53%, respectivamente.
- No primeiro semestre de 2025, a energia furtada em oito cidades do Rio poderia abastecer Niterói, São Gonçalo, Campos e Macaé por um ano.
- A Enel Rio registrou um aumento de 541% nas unidades consumidoras em áreas controladas por organizações criminosas nos últimos 20 anos.
- O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira, afirma que a criminalidade dificulta a manutenção da qualidade do serviço.
Os furtos de energia elétrica por meio de ligações clandestinas, conhecidos como “gatos”, geraram um prejuízo de R$ 10,3 bilhões em 2024, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O estado do Rio de Janeiro, especialmente cidades como Duque de Caxias e São Gonçalo, lidera os índices de perda de energia.
No primeiro semestre de 2025, o volume de energia furtada em oito cidades do Rio seria suficiente para abastecer Niterói, São Gonçalo, Campos e Macaé por um ano. Duque de Caxias e São Gonçalo apresentaram, respectivamente, 34,35% e 31,53% de perdas não técnicas, significando que mais de um terço da energia distribuída nessas localidades foi desviada. Outras cidades com altos índices incluem Araruama (22,36%), Cabo Frio (21,47%) e Angra dos Reis (18,51%).
Impactos e Medidas
Esse tipo de crime afeta a qualidade do serviço das distribuidoras, resultando em sobrecargas e interrupções frequentes. José Luis Salas, diretor de Redes da Enel Rio, destaca que as interrupções são mais comuns em áreas com alta incidência de furtos. Aproximadamente 17% das unidades consumidoras atendidas pela Enel estão em regiões de risco, responsáveis por 59% das perdas não técnicas.
Nos últimos 20 anos, a Enel registrou um aumento de 541% nas unidades consumidoras em áreas dominadas por organizações criminosas, que dificultam o trabalho das distribuidoras. Para combater essa prática, a empresa realizou cerca de 115.116 inspeções e registrou 127 ocorrências na Polícia Civil, resultando na detenção de 78 pessoas.
Contexto Criminal
O crescimento da criminalidade e a expansão de áreas controladas por facções são fatores que contribuem para o aumento dos furtos de energia. Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), afirma que essa situação agrava a dificuldade das distribuidoras em manter a qualidade do serviço. Fraudes de energia são crimes previstos no Código Penal, com penas que variam de um a oito anos de detenção.