- O Festival da Pagoda Phaung Daw Oo, uma importante celebração budista em Myanmar, foi retomado em 2023 após três anos de suspensão devido à pandemia de COVID-19 e ao golpe militar que resultou em guerra civil.
- O evento enfrentou desafios significativos, incluindo um terremoto de magnitude 7,7 em março, que causou a morte de mais de 3.800 pessoas e destruição em comunidades ao redor do Lago Inle.
- Apesar das dificuldades, multidões participaram do festival, que inclui o transporte de quatro estátuas de Buda em um barco ornamentado para 21 vilarejos.
- A infraestrutura local foi severamente afetada, com até 90% das habitações em algumas vilas danificadas ou destruídas.
- Moradores relataram dificuldades na reconstrução devido à escassez de artesãos qualificados e à urgência das reparações, mas a tradição do festival continua a ser uma forma de honrar a cultura local.
INLE LAKE, Myanmar — O Festival da Pagoda Phaung Daw Oo, uma das principais celebrações budistas do país, foi retomado em 2023 após uma pausa de três anos devido à pandemia de COVID-19 e ao golpe militar que resultou em guerra civil. No entanto, a festividade foi marcada por desafios significativos, incluindo um terremoto devastador de magnitude 7,7 em março, que causou a morte de mais de 3.800 pessoas e destruição em várias comunidades ao redor do Lago Inle.
Apesar das dificuldades, multidões se reuniram para participar do festival, que ocorre em um cenário pitoresco, com um barco ornamentado transportando quatro estátuas de Buda para 21 vilarejos. Os pescadores da minoria étnica Intha, conhecidos por seu estilo único de remo, também participaram da celebração, que se estende por mais de duas semanas.
A pandemia em 2020 e a instabilidade política em 2021 levaram à suspensão do evento, que só foi retomado após inundações que afetaram a região no ano passado. O terremoto de março impactou severamente a infraestrutura local, com muitas casas sobre palafitas sendo danificadas ou destruídas. Estimativas locais indicam que até 90% das habitações em algumas vilas foram afetadas.
Os moradores, como Nyi Nyi Zaw, um membro da etnia Intha, relataram que a escassez de artesãos qualificados e a urgência das reparações dificultaram a reconstrução das casas. Ele destacou que, embora muitos lares tenham sido consertados, a qualidade das obras não é a ideal. A indústria do turismo na região sofreu um colapso após a pandemia e a instabilidade política, levando muitos a buscar novas formas de sustento.
Apesar das dificuldades econômicas, a tradição do festival persiste. Ma Win, uma vendedora de têxteis, afirmou que a participação na festividade é uma forma de honrar a cultura local, mesmo em tempos difíceis. “Participamos o máximo que podemos”, disse ela, enfatizando a importância do evento para a comunidade.