- Legisladores e ativistas nos Estados Unidos pedem que empresas de tecnologia, como IBM e Cisco, interrompam vendas de equipamentos de vigilância para a China.
- Um relatório da Associated Press revelou que a tecnologia americana tem sido utilizada em abusos de direitos humanos na China.
- O senador republicano Josh Hawley, do Missouri, pretende convocar representantes dessas empresas para esclarecer o uso de seus produtos.
- Empresas como Dell e Cisco venderam bilhões em tecnologia para agências governamentais chinesas, mesmo após alertas sobre repressão a dissidentes.
- Legisladores de ambos os partidos exigem revisão das leis de exportação para evitar que tecnologia americana contribua para abusos na China.
Legisladores e ativistas pressionam empresas de tecnologia dos EUA a interromper vendas para a China
WASHINGTON (AP) — Após um relatório da Associated Press revelar que empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como IBM e Cisco, desempenharam um papel crucial na construção do estado de vigilância da China, legisladores e ativistas pedem que essas companhias cessem a venda de equipamentos de vigilância para a polícia chinesa. O relatório destacou que a tecnologia americana tem sido utilizada para abusos de direitos humanos em Beijing.
O senador republicano Josh Hawley, do Missouri, expressou a intenção de convocar representantes das empresas de tecnologia para que expliquem como seus produtos estão sendo utilizados. Ele criticou a falta de colaboração de Silicon Valley com o Congresso e afirmou que medidas mais rigorosas podem ser necessárias, incluindo a possibilidade de intimações.
Impacto das vendas de tecnologia
A investigação da AP revelou que empresas como Dell e Cisco venderam bilhões em tecnologia para agências governamentais e policiais da China, mesmo após alertas sobre o uso desses equipamentos para reprimir dissidentes e perseguir minorias. As empresas citadas afirmaram que seguem todas as leis de controle de exportação.
Yang Caiying, uma ativista que teve sua família alvo da vigilância estatal, expressou sua indignação ao descobrir o envolvimento de grandes empresas de tecnologia dos EUA em sua situação. Ela está coletando assinaturas para um abaixo-assinado que pede a proibição de vendas para a polícia chinesa.
Reações no Congresso
Legisladores de ambos os partidos estão exigindo que o Congresso revise as leis de exportação para evitar que mais tecnologia americana seja utilizada em abusos de direitos humanos. O representante John Moolenaar, do Michigan, destacou que a China está utilizando parcerias com empresas de tecnologia dos EUA para construir “cidades inteligentes” que facilitam a vigilância em massa.
A senadora Elizabeth Warren, membro do comitê de controle de exportação, também pediu por restrições mais rigorosas. Ela enfatizou a urgência de implementar controles que impeçam que a tecnologia americana contribua para a repressão na China.
Grupos da sociedade civil, que atuam em defesa dos direitos dos tibetanos e uigures, também pedem que as empresas de tecnologia dos EUA se retirem do mercado chinês, onde suas inovações têm alimentado sistemas de vigilância. Tencho Gyatso, presidente da Campanha Internacional pelo Tibete, expressou sua indignação com os lucros obtidos pelas empresas ao vender para os serviços de segurança da China.
