- A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público estadual (MPRJ) realizaram a Operação Blasfêmia, desmantelando um esquema de estelionato religioso liderado por Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como profeta Henrique Santini.
- Vinte e três integrantes da quadrilha foram denunciados e houve sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias.
- O grupo operava uma central de telemarketing em Niterói, prometendo orações e milagres em troca de doações, com movimentações financeiras superiores a R$ 3,3 milhões em dois anos.
- Atendentes se passavam por Santini, utilizando áudios gravados para simular atendimentos e solicitar contribuições que variavam de R$ 20 a R$ 1,5 mil.
- A Justiça determinou a colocação de tornozeleira eletrônica em Santini e o bloqueio de R$ 3,3 milhões das contas dos envolvidos, além de reparação às vítimas. As investigações continuam.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público estadual (MPRJ) deflagraram a Operação Blasfêmia, desmantelando um esquema de estelionato religioso liderado por Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como profeta Henrique Santini. A operação, realizada na manhã de quarta-feira, resultou na denúncia de 23 integrantes da quadrilha e no sequestro de bens, além do bloqueio de contas bancárias.
As investigações revelaram que o grupo operava uma central de telemarketing em Niterói, prometendo orações e milagres em troca de doações. Em dois anos, foram identificadas movimentações financeiras superiores a R$ 3,3 milhões. Os atendentes, que se passavam por Santini, utilizavam áudios gravados para simular atendimentos e solicitar contribuições, variando de R$ 20 a R$ 1,5 mil.
Estrutura do Esquema
Os atendentes não tinham autoridade religiosa e eram remunerados com comissões baseadas na arrecadação. A quadrilha utilizava contas em nome de terceiros para dificultar o rastreamento das transações. A investigação começou em fevereiro, quando a polícia identificou um call center com 42 atendentes. Durante a operação, foram apreendidos 52 celulares, seis notebooks e 149 cartões pré-pagos.
Além disso, a denúncia aponta que ao menos sete adolescentes foram aliciados para participar do esquema. O delegado Luiz Henrique Marques Pereira destacou que a arrecadação de dízimos é legal, mas se torna criminosa quando envolve fraudes. Santini, que possui mais de oito milhões de seguidores nas redes sociais, alegou ser vítima de perseguição religiosa.
Consequências Legais
A Justiça determinou a colocação de tornozeleira eletrônica em Santini, após a polícia solicitar sua prisão preventiva. O bloqueio de R$ 3,3 milhões das contas dos envolvidos foi solicitado, assim como a reparação das vítimas e a condenação dos acusados ao pagamento de danos morais coletivos. As investigações continuam para identificar novas vítimas e outros participantes do esquema.