- A Igreja da Noruega pediu desculpas publicamente à comunidade LGBTQ+ na quinta-feira, 16 de outubro de 2025, em evento realizado no London Pub, local ligado ao ataque de 2022 durante o Pride de Oslo.
- O presbítero Olav Fykse Tveit afirmou que a instituição causou vergonha, grande dano e dor e que isso nunca deveria ter acontecido.
- Após o discurso, houve uma missa na Catedral de Oslo, com reações mistas entre os presentes e pedidos de reparação por parte de representantes LGBTQ+.
- Historicamente, a igreja marginalizava LGBTQ+, com parcerias registradas em 1993, casamento gay permitido em 2009, ordenação de pastores gays a partir de 2007, e casamento de pessoas do mesmo sexo permitido desde 2017.
- Movimentos globais: igrejas na Inglaterra, Irlanda e Canadá também emitiram desculpas por falhas no apoio à comunidade LGBTQ+, sinalizando avanço na reconciliação.
A Igreja da Noruega fez um pedido de desculpas público à comunidade LGBTQ+ na última quinta-feira, 16 de outubro de 2025. O presbítero Olav Fykse Tveit, em um evento realizado no London Pub, reconheceu que a instituição causou “vergonha, grande dano e dor” a essa população. A cerimônia ocorreu em um local simbólico, já que o pub foi um dos alvos do ataque durante o Pride de Oslo em 2022.
Tveit admitiu que a discriminação e o tratamento desigual resultaram na perda da fé de muitos. “Isso nunca deveria ter acontecido, e é por isso que peço desculpas hoje,” afirmou. Após o discurso, uma missa foi realizada na Catedral de Oslo, gerando reações mistas entre os presentes. Representantes da comunidade LGBTQ+ pediram reparações e destacaram a importância do reconhecimento dos erros passados.
Histórico de Discriminação
Historicamente, a Igreja da Noruega marginalizou pessoas LGBTQ+, proibindo pastores gays e casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A mudança começou lentamente, com a legalização de parcerias registradas em 1993 e do casamento gay em 2009. A ordenação de pastores gays teve início em 2007, e desde 2017, casais do mesmo sexo podem se casar na igreja.
O evento de desculpas foi marcado por uma diversidade de reações. Hanne Marie Pedersen-Eriksen, líder de uma rede de cristãs lésbicas, considerou o pedido um “importante reparo” e um marco no fim de um capítulo obscuro na história da igreja. Em contrapartida, Stephen Adom, da Associação de Gênero e Diversidade Sexual da Noruega, destacou que a reparação chegou “tarde demais para aqueles que morreram de AIDS”, refletindo sobre o sofrimento causado pela visão da igreja sobre a epidemia.
Movimentos Globais
A Igreja da Noruega se junta a outras instituições religiosas que têm buscado reparar suas relações com a comunidade LGBTQ+. Em 2023, a Igreja da Inglaterra também fez um pedido de desculpas, embora ainda não permita casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A Igreja Metodista da Irlanda e a Igreja Unida do Canadá também expressaram arrependimento por suas falhas no apoio a essa comunidade, reafirmando seu compromisso com a inclusão.
A apologética da Igreja da Noruega representa um passo significativo em direção à reconciliação, embora muitos ainda considerem que a mudança deve ir além das palavras.