- O Vaticano informou que as supostas aparições de Jesus em Dozulé, na França, não têm origem sobrenatural, encerrando a controvérsia que começou na década de 1970 com a vidente Madeleine Aumont.
- A Santa Sé afirmou que as aparições carecem de fundamento divino e não devem ser consideradas manifestações autênticas de Deus.
- O dicastério para a Doutrina da Fé determinou que não deve haver culto, missas ou peregrinações relacionadas às alegações, nem respaldo oficial para mensagens e imagens associadas.
- O atual bispo de Bayeux-Lisieux, Jacques Habert, solicitou a declaração, argumentando que as mensagens de Dozulé são incompatíveis com a doutrina católica.
- A Igreja ressalta que a salvação não depende de objetos materiais e que a verdadeira fé deve conduzir à conversão e à caridade, sem sacralizar símbolos (como a Cruz Gloriosa).
O Vaticano anunciou oficialmente que as supostas aparições de Jesus em Dozulé, na França, não possuem origem sobrenatural. A decisão encerra uma controvérsia que se arrasta desde a década de 1970, quando a vidente Madeleine Aumont alegou ter visto Cristo em 49 ocasiões. Segundo a Santa Sé, as aparições carecem de fundamento divino e não devem ser consideradas manifestações autênticas de Deus.
O dicasterio para a Doutrina da Fé, responsável pela ortodoxia da fé católica, determinou que não deve haver culto, missas ou peregrinações relacionadas a essas alegações. Além disso, mensagens e imagens associadas às aparições não terão respaldo oficial. O atual bispo de Bayeux-Lisieux, Jacques Habert, havia solicitado essa declaração, considerando que as mensagens de Dozulé eram incompatíveis com a doutrina católica.
Contexto das Aparições
Madeleine Aumont, falecida em 2016, afirmou que Jesus lhe pediu a construção da chamada Cruz Gloriosa, com 738 metros de altura, que deveria ser um símbolo de redenção. Contudo, a cruz nunca foi erguida. Em 1985, o então bispo Jean-Marie-Clément Badré já havia descartado a autenticidade das aparições, citando a agitação e a falta de respeito pela autoridade eclesiástica como fatores que comprometiam a credibilidade das alegações.
A decisão do Vaticano ressalta que a Igreja reconhece muito poucas aparições como autênticas, como as de Lourdes e Fátima. O dicasterio enfatizou que a salvação não depende de objetos materiais, e que a verdadeira fé deve conduzir à conversão e à caridade, sem a sacralização de símbolos.