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Expressão contemporânea desafia séculos de leitura sobre o Reino da Comunhão

Kin-dom ganha força nos EUA e chega ao Brasil, questionando hierarquia do Reino de Deus e influenciando leituras de fé

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Kin-dom enfatiza a fé vivida como família, enquanto Reino preserva a ideia de autoridade divina - Foto: Freepik
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  • A proposta de substituir “Reino de Deus” por “Kin-dom” ganhou destaque entre igrejas progressistas nos Estados Unidos, visando uma visão de comunidade e uma relação com Deus mais familiar.
  • O termo foi articulado por Ada María Isasi-Díaz e Georgene Wilson; a primeira menção conhecida remonta a 1996, no livro Mujerista Theology: A Theology for the Twenty-first Century, com Wilson sendo creditada pela popularização do conceito.
  • A discussão chegou ao Brasil, com referências em conferências e veículos de imprensa; a Conferência Geral da Igreja Metodista Unida destacou a relevância de uma linguagem que afaste estruturas de poder históricas, enquanto a bispa Karen Oliveto citou o termo em sermão.
  • Críticas apontam que a troca pode desvirtuar os ensinamentos de Jesus, segundo teólogos conservadores, e pode gerar uma visão excessivamente sentimentalizada do evangelho.
  • No Brasil, o debate reflete transformações nas abordagens religiosas, com foco em inclusão, justiça social e igualdade de gênero, buscando linguagem mais acessível às novas gerações.

A proposta de substituir o termo “Reino de Deus” por “Kin-dom” tem ganhado destaque nas discussões teológicas contemporâneas, especialmente entre igrejas progressistas nos Estados Unidos. Essa mudança visa enfatizar uma visão de comunidade, afastando-se da ideia tradicional de um reino dominado por um monarca. O conceito, articulado por Ada María Isasi-Díaz e Georgene Wilson, busca refletir uma convivência fraterna, onde a relação com Deus é entendida como familiar.

Recentemente, o termo “Kin-dom” começou a ser mencionado também em conferências e veículos de imprensa brasileiros. A Conferência Geral da Igreja Metodista Unida, por exemplo, trouxe à tona essa discussão, destacando a relevância de uma linguagem que se afasta de estruturas de poder histórico, muitas vezes associadas ao patriarcado. A bispa Karen Oliveto, ao citar o termo em seu sermão, reforçou a ideia de uma comunidade unida pelo amor e não pela dominação.

Origens do Termo

A primeira menção conhecida do conceito remonta a 1996, no livro *Mujerista Theology: A Theology for the Twenty-first Century*. Isasi-Díaz, que faleceu em 2012, influenciou diversas teólogas a revisitar a prática cristã sob uma perspectiva feminista. Georgene Wilson, freira franciscana, é creditada como a responsável pela popularização do termo, buscando uma representação de Deus que privilegia a relação interpessoal.

Wilson destaca que a expressão reflete a vivência de uma família unida pelo amor divino, desafiando a visão tradicional de um reino hierárquico. Ela expressou surpresa ao ver o conceito ultrapassando círculos católicos e sendo adotado por denominações protestantes tradicionais.

Críticas e Desdobramentos

Embora a proposta tenha ganhado apoio, também enfrenta críticas. Teólogos conservadores argumentam que a troca de “Reino” por “Kin-dom” pode desvirtuar os ensinamentos de Jesus, que, segundo eles, se relacionam com a figura de um rei. Para esses críticos, o novo termo poderia criar uma visão excessivamente sentimentalizada do evangelho.

No Brasil, a discussão sobre essa mudança de vocabulário reflete transformações mais amplas nas abordagens religiosas. Igrejas que buscam dialogar com temas como inclusão, justiça social e igualdade de gênero veem nesse debate uma oportunidade de repensar a linguagem utilizada, questionando como comunicar a fé de maneira mais acessível às novas gerações.

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