- Pesquisadores da Universidade de Birmingham identificaram que oitenta sites de cheats geram entre 12,8 milhões e 73,2 milhões de dólares anualmente.
- Esses sites têm entre 30 mil e 174 mil usuários mensais.
- O estudo foi apresentado na conferência Black Hat, em Las Vegas, e destaca o uso de ferramentas como AI-aimbots.
- O professor de cibersegurança Tom Chothia alertou que a percepção de jogos cheios de trapaceiros pode prejudicar as empresas.
- A Electronic Arts informou que seu sistema anti-cheat Javelin bloqueou 33 milhões de tentativas de trapaça desde 2022.
Pesquisadores da Universidade de Birmingham revelaram que 80 sites de cheats geram entre 12,8 milhões e 73,2 milhões de dólares anualmente, com um fluxo mensal de 30.000 a 174.000 usuários. O estudo foi apresentado na conferência Black Hat, em Las Vegas, e destaca a crescente complexidade do mercado de cheats, que inclui ferramentas como AI-aimbots e sistemas de segurança mais robustos.
Os cheats, que permitem ver adversários através de paredes e automatizar o disparo, são impulsionados por uma economia subterrânea. Tom Chothia, professor de cibersegurança, enfatiza que as empresas têm muito a perder se seus jogos forem percebidos como cheios de trapaceiros. O mercado de cheats se tornou mais industrializado, com sites que oferecem suporte ao cliente e aceitam pagamentos de serviços populares.
A análise dos pesquisadores indica que o preço mínimo de um cheat é de 6,63 dólares, enquanto o mais caro pode chegar a 254,28 dólares. Muitos sites oferecem assinaturas mensais que garantem atualizações e suporte contínuo. A competição entre desenvolvedores de cheats e empresas de jogos é intensa, com ambos os lados investindo em tecnologias avançadas.
Além disso, a segurança dos sistemas anti-cheat está se tornando mais eficaz. Elise Murphy, da Electronic Arts, relatou que seu sistema Javelin bloqueou 33 milhões de tentativas de trapaça desde seu lançamento em 2022. No entanto, a batalha entre cheats e anti-cheats se intensifica, com métodos mais antigos, como pixelbots, sendo rebatizados como AI-aimbots, tornando-se mais acessíveis e sofisticados.
A crescente popularidade dos cheats também atraiu a atenção de cibercriminosos. Embora os pesquisadores não tenham encontrado evidências diretas de fraudes em sua análise, alertam que a exploração desse mercado pode resultar em riscos de segurança, especialmente com o uso de acesso ao kernel do sistema operacional. Chothia observa que, paradoxalmente, a proteção anti-cheat pode aumentar a segurança geral do computador durante o jogo.