- Um estudo da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EEFERP-USP) revela que o tempo de reabilitação após a cirurgia de ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) pode ser insuficiente para a recuperação completa de atletas.
- Os pesquisadores observaram que muitos atletas apresentam padrões de movimento compensatórios, aumentando o risco de novas lesões mesmo após a recuperação clínica.
- A pesquisa, publicada na revista Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy, analisou 26 jogadores de futebol do Catar, sendo dez operados e 16 sem histórico de lesões.
- Os atletas operados mostraram alterações na mecânica do movimento, como menor flexão do joelho e força reduzida durante mudanças de direção.
- Os autores do estudo sugerem que os critérios atuais para a liberação de atletas devem ser revistos, priorizando a qualidade do movimento além do tempo de execução e ganho de força muscular.
Lesões no joelho, especialmente a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), são uma preocupação significativa para atletas, especialmente no futebol. Um estudo da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EEFERP-USP) revela que o tempo de reabilitação após a cirurgia pode ser insuficiente para garantir a recuperação completa.
Os pesquisadores alertam que muitos atletas apresentam padrões de movimento compensatórios, aumentando o risco de novas lesões mesmo após a recuperação clínica. O estudo, publicado na revista Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy, destaca a importância de restaurar a função biomecânica do joelho antes do retorno aos campos.
Utilizando tecnologias vestíveis, os cientistas analisaram 26 jogadores de futebol do Catar, sendo dez deles operados e 16 sem histórico de lesões. Os testes de movimento mostraram que, apesar de tempos de execução semelhantes, os atletas operados apresentavam alterações na mecânica do movimento, como menor flexão do joelho e força reduzida durante mudanças de direção.
Essas adaptações compensatórias, segundo o autor principal do estudo, João Belleboni Marques, são respostas inconscientes que podem sobrecarregar outras estruturas do corpo, aumentando o risco de lesões em locais como o joelho oposto e meniscos. Paulo Roberto Santiago, orientador do estudo, enfatiza que os critérios atuais para liberação de atletas precisam ser revistos.
Atualmente, o tempo de execução e o ganho de força muscular são os principais parâmetros, mas a qualidade do movimento deve ser considerada. A abordagem mais criteriosa pode ajudar a prolongar a vida útil do atleta, permitindo um retorno mais seguro ao esporte. As tecnologias vestíveis, embora ainda em centros de pesquisa, têm potencial para se popularizar entre clubes de futebol e outros esportes, oferecendo uma nova perspectiva na reabilitação de lesões.