- Kaio Pantaleão, zagueiro do Botafogo, sofreu ruptura do LCA em jogo contra o Bahia, o que o afastará da temporada; recuperação estimada entre 9 e 12 meses.
- Vasco da Gama registrou oito casos de lesão no LCA nas últimas cinco temporadas; o médico Gustavo Caldeira aponta que cerca de 15% dos atletas não retornam ao futebol após a lesão e destaca a importância do apoio psicológico.
- Pedro, atacante do Flamengo, voltou aos gramados em sete meses após a cirurgia; especialistas ressaltam que a cirurgia é apenas o primeiro passo e a reabilitação precisa reconquistar a confiança do atleta.
- Clubes investem em prevenção: Renato Valença, fisioterapeuta, defende mapeamento de risco desde as categorias de base e atividades preventivas diárias para reduzir lesões.
- Debates atuais envolvem gramado, calendário e prevenção; a situação exige colaboração entre clubes e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para fortalecer políticas de prevenção e tratamento, com foco em apoio psicológico durante a recuperação.
A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) continua a ser uma preocupação significativa no futebol brasileiro, afetando jogadores de elite e gerando debates sobre prevenção e tratamento. Recentemente, o zagueiro Kaio Pantaleão, do Botafogo, sofreu uma ruptura do LCA em um jogo contra o Bahia, o que o afastará da temporada. Essa lesão é temida por sua complexidade e pelo longo período de recuperação, que pode variar de 9 a 12 meses.
Historicamente, o Vasco da Gama registrou oito lesões de LCA nas últimas cinco temporadas, destacando a gravidade da situação. O médico do clube, Gustavo Caldeira, enfatiza que cerca de 15% dos atletas não retornam ao futebol após a lesão. A preocupação não é apenas física; o impacto psicológico é profundo. Caldeira menciona que o apoio psicológico é crucial para ajudar os jogadores a lidarem com o trauma e a confiança durante a recuperação.
Desafios e Recuperações
A recuperação de lesões de LCA é complexa e requer um tratamento cuidadoso. O atacante Pedro, do Flamengo, é um exemplo positivo, tendo retornado ao campo em apenas sete meses após sua cirurgia. Especialistas como Márcio Tannure, ex-chefe do Departamento Médico do Flamengo, afirmam que a cirurgia é apenas o primeiro passo; a reabilitação envolve restaurar a confiança do atleta em sua capacidade física.
Os clubes estão cada vez mais focados em estratégias preventivas. Renato Valença, fisioterapeuta, explica que o mapeamento de risco deve começar nas categorias de base, observando padrões de movimento e desequilíbrios musculares. As equipes realizam atividades preventivas diariamente, buscando minimizar as chances de lesões.
Fatores Contribuintes
Além dos aspectos técnicos, o calendário apertado e a intensidade dos jogos também contribuem para o aumento das lesões. Estudos indicam que jogar duas vezes por semana pode aumentar em até cinco vezes o risco de rupturas de LCA. A qualidade do gramado, embora debatida, não tem evidências conclusivas sobre sua relação com as lesões. Gustavo Dutra, médico do Botafogo, ressalta que não há estudos robustos que provem que o gramado artificial cause mais lesões do que o natural.
A situação exige uma abordagem colaborativa entre clubes e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que promove congressos para discutir a prevenção e o tratamento dessas lesões. A complexidade da lesão do LCA, somada ao ambiente competitivo do futebol, torna a prevenção e o cuidado um desafio constante para os departamentos médicos.