- Protests em Shidong, Guizhou, contra a promoção da cremação em vez do sepultamento para preservar terras, iniciados no fim de semana.
- Vídeos mostrarem insultos a Xi Jinping e cercos a viaturas; governo cita lei de 2003 para justificar a cremação.
- Região tem alta presença de Miao, grupo para quem a tradição é sepultar, não cremar.
- Observatório CDM registra 661 protestos rurais em 2025, alta de 70% em relação a 2024; no terceiro trimestre houve quase 1.400 incidentes, 45% acima do mesmo período de 2024.
- Movimentos são ligados a dificuldades econômicas locais e à intervenção do Estado em questões pessoais, com exemplos recentes em Sichuan.
Em Shidong, no sudoeste da China, protests contra uma diretriz para promover a cremação em vez de sepultamento começaram no fim de semana. A medida busca preservar recursos de terras e foi defendida pela prefeitura com base numa lei de 2003. O âmbito é rural e a região tem alto índice de minorias.
Vídeos divulgados nas redes mostram ocupação de viaturas pela multidão e insultos a Xi Jinping. A presença de moradores do município, marcado pela presença da etnia Miao, aponta para resistência cultural à cremação. A polícia não comentou oficialmente o episódio.
A prefeitura local afirmou que a cremação é necessária para conservar terras e promover um modelo funerário mais frugal. Dados do monitor de protestos CDM indicam aumento expressivo de manifestações rurais no país nos últimos anos, com cerca de 661 ocorrências em 2024 e crescimento até o terceiro trimestre de 2025, com quase 1,4 mil incidentes, alta de 45% ante o mesmo período de 2024.
Contexto e desdobramentos
Analistas veem o movimento como resposta a pressões econômicas e a mudanças em tradições locais. Estudos ressaltam que ações estatais em questões sensíveis, como rituais funerários, costumam ampliar a mobilização quando há percepção de intervenções em aspectos culturais centrais. O governo local não comentou novos desdobramentos até o momento.