- O Ministério Público Federal recomendou à reitoria da Universidade de Caxias do Sul encerra e desative o Memorial Presidente Ernesto Geisel, inaugurado na última quinta-feira 20, com prazo de cinco dias para informar as medidas.
- A recomendação pede que não haja reinauguração e que não sejam criados outros memoriais ou homenagens que enalteçam agentes responsáveis por violações de direitos humanos, conforme a CNV.
- O documento lembra que, no governo Geisel, o aparato repressivo perseguiu e matou opositores, registrando 54 desaparecimentos políticos somente em 1974.
- Também cita os assassinatos de Manuel Herzog (1975) e Manuel Fiel Filho (1976), bem como torturas em dependências do II Exército, em São Paulo.
- O MPF reitera o caso do sequestro dos Uruguaios de 1978, envolvendo Universindo Rodríguez Díaz e Lilián Celiberti, que foram devolvidos ao Uruguai com os dois filhos.
A Polícia Federal emite recomendação à Universidade de Caxias do Sul (RS) para encerrar o Memorial Presidente Ernesto Geisel, inaugurado recentemente. O Ministério Público Federal solicita medidas imediatas e um informe em até 5 dias. O objetivo é evitar reinaugurações e novos memoriais que exaltem agentes responsáveis por violações de direitos humanos.
A recomendação é assinada pelos procuradores Enrico Rodrigues de Freitas e Fabiano de Moraes. O texto destaca a necessidade de abster-se de eventos que promovam o memorial, bem como de denominações que valorizem figuras associadas a violações durante o regime militar.
A instituição tem prazo de apresent receber as medidas. Além disso, o MPF orienta que não haja qualquer celebração de reinauguração do memorial, conforme diretrizes da CNV.
Contexto histórico
Segundo o documento, o período do general Ernesto Geisel manteve a repressão estatal ativa, com 54 desaparecimentos políticos em 1974, o maior registro do regime. São lembrados casos de assassinatos, como Manuel Herzog (1975) e Manuel Fiel Filho (1976), ambos torturados em São Paulo.
O MPF também menciona o sequestro dos Uruguaios em 1978, episódio denunciado pela imprensa na época. O casal Universindo Rodríguez Díaz e Lilián Celiberti foi levado para o Uruguai com os filhos, após residência de Porto Alegre, por agentes brasileiros e uruguaios.