Filho confessa ter matado pai e esconde corpo em cômodo vedado na Ilha do Governador

A vizinhança de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, um aposentado de 88 anos, sentia sua falta há três anos. O corpo dele foi encontrado em estado avançado de decomposição em sua casa, localizada no bairro de Cocotá, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. Marcelo Marchese D'Ottavio, de 51 anos, e sua irmã, Tania Conceição Marchese D’Ottavio, de 55 anos, foram presos por ocultação de cadáver e outros crimes.

O comportamento de Marcelo levantou suspeitas entre os vizinhos. Ele frequentemente se aproximava do muro da residência e gritava: "Eu matei meu pai". Essa informação foi confirmada por uma testemunha que conhecia a família há duas décadas. O delegado Felipe Santoro, da 37ª DP, afirmou que há "fortes indícios" de que os irmãos mantiveram o corpo escondido para continuar recebendo os benefícios de Dario. A perícia preliminar indicou que o idoso estava morto há pelo menos seis meses, com o corpo em estado de "esqueletização".

Comportamento Estranho

Os vizinhos relataram que Dario era uma pessoa educada e gentil, sempre disposto a ajudar. Quando ele desapareceu, o comportamento de Marcelo mudou drasticamente. Uma testemunha contou que ele não escondia a morte do pai e frequentemente afirmava que havia jogado o corpo no lixo. Apenas Marcelo saía de casa, enquanto Tania, professora afastada por problemas de saúde, era considerada introvertida.

A desconfiança dos moradores levou a várias tentativas de acionar a polícia, mas Marcelo impedia a entrada dos agentes. O corpo de Dario foi descoberto somente após a obtenção de um mandado de busca. A situação do corpo e o comportamento dos irmãos geraram uma onda de choque na comunidade, que agora busca entender como uma tragédia desse tipo pôde ocorrer em seu meio.