- Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) descobriram novas espécies de plantas hiperacumuladoras de metais no Brasil, como a Capparidastrum frondosum, que acumula zinco.
- Essas plantas são importantes para a agromineração, que extrai metais de solos contaminados.
- O professor Clístenes Williams Araújo do Nascimento destacou a dificuldade de encontrar essas espécies, comparando a busca a encontrar uma agulha no palheiro.
- A aprovação do Instituto Nacional de Biotecnologias para o Setor Mineral (Inabim) pelo CNPq deve acelerar as pesquisas na área, visando a recuperação de áreas degradadas pela mineração.
- Os pesquisadores analisaram mais de oito mil amostras de plantas e utilizam um equipamento portátil para medir a concentração de metais, facilitando a identificação das espécies.
Pesquisadores da UFRPE descobrem novas plantas hiperacumuladoras de metais no Brasil
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) tem se dedicado à identificação de plantas hiperacumuladoras de metais, que absorvem altas concentrações de minérios do solo. Recentemente, novas espécies foram descobertas, incluindo a Capparidastrum frondosum, que se destaca por acumular grandes quantidades de zinco.
Essas plantas são essenciais para a prática da agromineração, que utiliza a capacidade delas de extrair metais como níquel, cobre e manganês de solos contaminados. O professor Clístenes Williams Araújo do Nascimento, da UFRPE, destacou que a busca por essas espécies é desafiadora, comparando-a a encontrar uma agulha no palheiro. Ele afirmou que, apesar das dificuldades, já foram identificadas algumas espécies promissoras para testes em campo.
Avanços nas pesquisas
A recente aprovação do Instituto Nacional de Biotecnologias para o Setor Mineral (Inabim) pelo CNPq deve impulsionar ainda mais as pesquisas na área. O Inabim, coordenado por Nascimento, visa encontrar soluções para a recuperação de áreas degradadas pela mineração e o aproveitamento de resíduos. O instituto contará com a colaboração de várias instituições, incluindo a Universidade de São Paulo e a Universidade Estadual Paulista.
Os pesquisadores têm realizado expedições em áreas de mineração e herbários, onde já analisaram mais de 8 mil amostras de plantas. O uso de um equipamento portátil de fluorescência de raios X permite medir rapidamente a concentração de metais nas plantas, facilitando a identificação de candidatas a hiperacumuladoras.
Desafios e potencial
Embora o Brasil possua uma rica biodiversidade, a identificação de plantas ideais para agromineração enfrenta desafios. Muitas espécies encontradas não apresentam a capacidade de acumular metais em concentrações comercialmente viáveis. Nascimento explicou que, para serem consideradas eficientes, as plantas precisam produzir pelo menos 10 toneladas por hectare.
As pesquisas continuam, com o objetivo de descobrir novas espécies que possam ser utilizadas na recuperação de áreas afetadas pela mineração e na promoção de uma economia circular. A busca por plantas hiperacumuladoras é um passo importante para a sustentabilidade ambiental e o aproveitamento de recursos naturais.