- Um estudo publicado na *Scientific Reports* revela que a proteína de superfície A (PspA) do pneumococo (Streptococcus pneumoniae) protege a bactéria contra a indolicidina, um peptídeo antimicrobiano.
- A pesquisa, liderada por Michelle Darrieux Sampaio Bertoncini da Universidade de São Paulo (USP), destaca a necessidade de novas terapias devido ao aumento da resistência a antibióticos.
- Pneumococos que não produzem PspA são mais suscetíveis à indolicidina, e a remoção química da proteína aumenta a eficácia do antimicrobiano.
- A interação entre PspA e indolicidina foi confirmada por espectrometria de massas, indicando que PspA sequestra o peptídeo, impedindo sua ação letal.
- A adição de anticorpos contra PspA potencializou a morte da bactéria, sugerindo novas possibilidades para vacinas e tratamentos contra infecções pneumocócicas, que causam cerca de um milhão de mortes anuais.
Um estudo recente publicado na *Scientific Reports* revela que a proteína de superfície A (PspA) do pneumococo (Streptococcus pneumoniae) desempenha um papel crucial na proteção da bactéria contra a indolicidina, um peptídeo antimicrobiano de origem bovina. A pesquisa, liderada por Michelle Darrieux Sampaio Bertoncini, doutora em biotecnologia pela Universidade de São Paulo (USP), destaca a importância de novas abordagens terapêuticas frente ao aumento da resistência a antibióticos.
Os pesquisadores descobriram que pneumococos que não produzem PspA são mais vulneráveis à indolicidina. A remoção química da proteína da superfície da bactéria também aumentou a eficácia do antimicrobiano. Esses resultados sugerem que a PspA interage diretamente com a indolicidina, sequestrando o peptídeo e impedindo sua ação letal. A ligação entre as moléculas foi confirmada por espectrometria de massas.
Além disso, a adição de anticorpos contra a PspA potencializou a morte da bactéria pelo antimicrobiano. Essas descobertas podem abrir caminhos para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos contra o pneumococo, responsável por aproximadamente 1 milhão de mortes anuais no mundo, afetando principalmente crianças e idosos. O estudo foi realizado em colaboração com instituições como o Instituto Butantan e a Universidade de Lund, na Suécia, e pode contribuir significativamente para a luta contra infecções pneumocócicas.