- Cientistas da Vrije Universiteit Brussel perfuraram gelo azul na Antártida e coletaram amostras de até 1,2 milhão de anos.
- O objetivo da pesquisa é entender a relação entre CO2 e temperatura, fundamental para prever mudanças climáticas futuras.
- A equipe utilizou dados de satélite para localizar áreas com gelo antigo e o projeto recebeu financiamento da União Europeia, totalizando cerca de 11 milhões de euros.
- Foram coletados 15 núcleos de gelo, somando aproximadamente 60 metros, que foram enviados para laboratórios na França e na China para datação.
- As amostras podem fornecer informações valiosas sobre as condições climáticas do passado e ajudar a calibrar modelos climáticos.
Em uma expedição recente, cientistas da Vrije Universiteit Brussel perfuraram gelo azul na Antártida, coletando amostras de até 1,2 milhão de anos. O objetivo é entender a relação entre CO2 e temperatura, crucial para prever mudanças climáticas futuras.
A equipe, composta por quatro pesquisadores, utilizou dados de satélite para identificar áreas com gelo antigo. O projeto, financiado pela União Europeia, custou cerca de 11 milhões de euros. O gelo azul, que representa apenas 1% do território antártico, foi escolhido por suas características únicas que facilitam o acesso a camadas mais profundas.
Após semanas de medições e perfurações, a equipe retornou com 15 núcleos de gelo totalizando cerca de 60 metros. As amostras foram enviadas para laboratórios na França e na China para datação. O glaciólogo Harry Zekollari espera que algumas amostras tenham cerca de 100.000 anos, o que permitiria novas perfurações em busca de gelo ainda mais antigo.
Importância das Amostras
Os dados obtidos são essenciais para climatologistas, pois ajudam a calibrar modelos climáticos. Atualmente, as projeções indicam que até o final do século, as temperaturas podem se aproximar dos níveis de 2,6 a 3,3 milhões de anos atrás. Contudo, a relação entre CO2 e temperatura nesse período ainda é desconhecida.
Etienne Legrain, paleoclimatologista da ULB, destaca que as bolhas de ar encontradas no gelo são a chave para entender a atmosfera do passado. A equipe espera que essas amostras revelem informações valiosas sobre as condições climáticas de épocas remotas, contribuindo para a compreensão dos efeitos do aquecimento global.