- O experimento CONUS+ detectou neutrinos de um reator nuclear na Suíça.
- Utilizou um mini-detector leve, pesando apenas alguns quilos.
- A técnica de espalhamento coerente permitiu interações mais eficientes com núcleos atômicos.
- O resultado foi publicado na revista Nature em 30 de julho.
- A descoberta pode facilitar testes do modelo padrão da física e estudar fenômenos astrofísicos.
Os neutrinos, partículas elementares com carga elétrica nula, são notoriamente difíceis de detectar. Recentemente, o experimento CONUS+ conseguiu capturar neutrinos provenientes de um reator nuclear na Suíça, utilizando um mini-detector leve, com apenas alguns quilos. Essa inovação representa um avanço significativo na física, permitindo novas formas de testar as leis conhecidas.
O experimento, realizado em uma usina nuclear em Liebstadt, foi descrito em um artigo publicado na revista Nature em 30 de julho. A técnica utilizada, chamada de espalhamento coerente, permite que os neutrinos interajam com núcleos atômicos inteiros, em vez de partículas subatômicas individuais. Isso aumenta a probabilidade de detecção, mesmo com um equipamento de massa reduzida.
A física Kate Scholberg, da Universidade Duke, destacou a importância do resultado, afirmando que a equipe finalmente conseguiu detectar neutrinos de reatores, um desafio maior em comparação aos neutrinos gerados por aceleradores. Essa técnica não apenas facilita a detecção de neutrinos, mas também possibilita testes mais precisos do modelo padrão da física.
Christian Buck, do Instituto Max Planck de Física Nuclear, explicou que a relação entre a energia dos neutrinos e o tamanho do núcleo atômico é crucial. Quando a onda de um neutrino se alinha com o núcleo, ele interage de forma mais eficiente, resultando em uma pequena quantidade de energia depositada no detector. Essa abordagem pode revolucionar a forma como os físicos estudam fenômenos astrofísicos, como os neutrinos gerados em estrelas em colapso.