- Um estudo recente desmistifica a crença de que engolir a língua durante uma parada cardíaca prejudica a ressuscitação.
- A pesquisa analisou 45 casos de atletas que desmaiaram em competições e constatou que 84% dos primeiros socorros focaram em evitar que a vítima engolisse a língua, em vez de iniciar compressões torácicas.
- Casos como os de Antonio Puerta, em 2007, e Christian Eriksen, em 2021, exemplificam essa resposta inadequada. Apenas Eriksen sobreviveu sem danos cerebrais significativos após receber CPR adequada.
- O cardiologista Ignacio Fernández Lozano ressalta que a língua pode obstruir as vias aéreas, e a manobra correta é inclinar a cabeça para trás para facilitar a respiração.
- A pesquisa também aponta que atrasos na CPR podem reduzir a chance de sobrevivência em até 12% a cada minuto.
Um estudo recente revela que a crença de que engolir a língua durante uma parada cardíaca atrapalha a ressuscitação é um mito. Essa ideia, que pode atrasar a administração de CPR (ressuscitação cardiopulmonar), foi analisada em 45 casos de atletas que desmaiaram durante competições. Os pesquisadores concluem que 84% dos primeiros socorros focaram em evitar que a vítima engolisse a língua, em vez de iniciar compressões torácicas.
Casos emblemáticos, como o do jogador Antonio Puerta, que colapsou em 2007, e Christian Eriksen, que sofreu um episódio semelhante em 2021, ilustram essa resposta inadequada. Ambos os atletas receberam intervenções que priorizaram a abertura da boca, mas apenas Eriksen sobreviveu sem danos cerebrais significativos, após receber CPR adequada. O estudo sugere que cerca de 70% dos atletas que receberam tentativas de prevenção de engolir a língua morreram ou ficaram em estado vegetativo.
Os especialistas enfatizam que, ao perder a consciência, o mais importante é verificar a respiração e iniciar a CPR imediatamente. O cardiologista Ignacio Fernández Lozano explica que a língua não é engolida, mas pode obstruir as vias aéreas. A manobra correta é a de inclinar a cabeça para trás, o que facilita a abertura das vias aéreas. Demorar na CPR pode reduzir a chance de sobrevivência em até 12% a cada minuto.
A pesquisa também destaca a influência da mídia na perpetuação de mitos sobre ressuscitação. A cobertura de incidentes como os de Puerta e Eriksen frequentemente elogia respostas incorretas, reforçando a desinformação. Além disso, a falta de educação em saúde e o acesso limitado a desfibriladores automáticos são barreiras significativas para a melhoria das taxas de sobrevivência em casos de parada cardíaca.