- A hipótese do “Planeta X” surgiu na década de 1930 para explicar a órbita irregular de Urano, inicialmente atribuída à influência de Netuno.
- Em 2016, os astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown, do Caltech, propuseram a existência de um “planeta nove” que poderia afetar objetos no Cinturão de Kuiper.
- A descoberta do sednoide 2023 KQ14 em 2023 trouxe novos desafios à teoria, pois seu comportamento indica que não é influenciado por um planeta gigante.
- O sednoide 2023 KQ14 tem uma órbita estável, com maior aproximação do Sol a cerca de 71 unidades astronômicas (UA) e ponto mais distante a 433 UA.
- A busca por um “planeta nove” continua, mas a detecção de objetos distantes depende de novas tecnologias e telescópios.
A hipótese do “Planeta X” foi levantada na década de 1930 para explicar a órbita irregular de Urano, inicialmente atribuída à influência gravitacional de Netuno. Embora essa questão tenha sido resolvida com um recálculo da massa de Netuno nos anos 1990, a ideia de um “planeta nove” ressurgiu em 2016, proposta pelos astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown, do Caltech. Eles sugerem que a gravidade de um corpo massivo poderia estar afetando a órbita de objetos no Cinturão de Kuiper.
Recentemente, a descoberta do sednoide 2023 KQ14 trouxe novos desafios à teoria do “planeta nove”. Este objeto, encontrado pelo telescópio Subaru no Havaí, possui uma órbita estável e elíptica, indicando que não é influenciado por um planeta gigante. Sua maior aproximação do Sol é de cerca de 71 UA, enquanto seu ponto mais distante chega a 433 UA. Isso sugere que, se um “planeta nove” existir, ele estaria a mais de 500 UA do Sol.
A descoberta de 2023 KQ14 é a quarta de um sednoide com órbita estável, o que complica ainda mais a busca por um planeta desconhecido. A maioria dos sednoides conhecidos apresenta trajetórias que não indicam a presença de um corpo massivo próximo. Além disso, a pesquisa sobre o Sistema Solar externo ainda é limitada, pois muitos objetos têm períodos orbitais extremamente longos, como o 2017 OF201, que leva cerca de 24.000 anos para completar uma volta ao Sol.
A busca por um “planeta nove” continua, mas a capacidade de observação dos astrônomos é crucial. Com novas tecnologias e telescópios, a detecção de objetos distantes se torna mais viável. No entanto, a possibilidade de um planeta gigante afetando as órbitas do Cinturão de Kuiper ainda permanece como um mistério a ser desvendado nos próximos anos.