- Arqueólogos do Projeto de Peneiração do Monte do Templo, em Jerusalém, descobriram um selo raro com inscrição em hebraico antigo.
- O artefato, encontrado entre ossos, tem mais de 2.600 anos e pode estar relacionado ao personagem bíblico Asaías.
- O selo apresenta a inscrição “Pertencente a Yeda’yah (filho de) Asayahu” em escrita paleo-hebraica e é notável pela legibilidade de suas letras.
- O arqueólogo Mordechai Ehrlich identificou o selo usando a técnica de Transformação de Reflexão (RTI) para ler a inscrição.
- O Projeto de Peneiração analisa terra removida entre 1996 e 1999, quando cerca de 9 mil toneladas de terra foram retiradas durante uma reforma não autorizada.
Arqueólogos do Projeto de Peneiração do Monte do Templo, em Jerusalém, anunciaram a descoberta de um selo raro com inscrição em hebraico antigo. O artefato, encontrado entre ossos, remonta a mais de 2.600 anos e pode estar ligado ao personagem bíblico Asaías, mencionado na Bíblia Hebraica.
O selo, do tamanho de uma moeda, apresenta a inscrição “Pertencente a Yeda’yah (filho de) Asayahu”, em escrita paleo-hebraica. Essa peça, utilizada para selar documentos, é considerada excepcional devido à legibilidade quase completa de suas letras. O arqueólogo Mordechai Ehrlich identificou o selo durante a triagem de sedimentos, utilizando a técnica de Transformação de Reflexão (RTI) para ler a inscrição.
Zachi Dvira, codiretor do projeto, destaca que o nome Asayahu carrega um significado simbólico, pois o sufixo “yahu” indica uma conexão com Deus. A inscrição sugere que o selo pertencia a um oficial de alta patente do reino de Judá, no final do século VII a.C. Durante o reinado do rei Josias, Asaías foi um dos enviados de confiança, conforme relatos bíblicos.
O Monte do Templo é um local sagrado, onde escavações diretas são proibidas. O material analisado foi retirado de forma indireta entre 1996 e 1999, quando cerca de 9 mil toneladas de terra foram removidas durante uma reforma não autorizada. Desde então, o Projeto de Peneiração já recuperou uma vasta gama de artefatos, incluindo moedas e fragmentos cerâmicos.
Apesar das interrupções causadas pela pandemia e pela guerra entre Israel e o Hamas, as atividades do projeto continuam, agora no Monte Scopus, em colaboração com a Universidade Bar-Ilan. Dvira afirma que técnicas mais avançadas têm permitido a identificação de artefatos minúsculos que antes eram ignorados, contribuindo para a compreensão da vida administrativa e religiosa da antiga Jerusalém.