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Câmaras climáticas revelam riscos à saúde dos igarapés na Amazônia

Estudo aponta que mudanças climáticas e microplásticos ameaçam a reprodução de fungos aquáticos, essenciais para a saúde dos ecossistemas amazônicos

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Com menos fungos, há uma menor decomposição dos igarapés, o que significa menos nutrientes disponíveis na água. (Foto: Carla Carvalho/Rede Amazônica)
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  • Um estudo da Universidade Federal do Pará (UFPA) revela que mudanças climáticas e poluição por microplásticos afetam a reprodução de fungos aquáticos nos igarapés da Amazônia.
  • A pesquisa foi publicada na revista *Science of The Total Environment* e mostra que a biodiversidade fúngica está em risco, o que compromete a decomposição de matéria orgânica e a reciclagem de nutrientes.
  • A pesquisa utilizou câmaras climáticas em Manaus para simular cenários futuros de temperatura e concentração de CO₂, além de diferentes níveis de microplásticos.
  • Os resultados indicam que a combinação de estressores climáticos e microplásticos prejudica mais a reprodução dos fungos do que cada fator isoladamente.
  • A espécie Pestalotiopsis microspora se destacou por sua maior produção de esporos em ambientes com alta concentração de microplásticos, sugerindo potencial para biorremediação.

Um estudo recente revela que as mudanças climáticas e a poluição por microplásticos afetam a reprodução de fungos aquáticos nos igarapés da Amazônia, comprometendo a saúde dos ecossistemas. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Federal do Pará (UFPA) e outras instituições, foi publicada na revista *Science of The Total Environment*.

Os fungos aquáticos desempenham um papel vital na decomposição de matéria orgânica e na reciclagem de nutrientes. Com a redução da biodiversidade fúngica, a decomposição nos igarapés diminui, resultando em menos nutrientes disponíveis para organismos aquáticos. Isso pode afetar a cadeia alimentar, impactando a pesca e a segurança alimentar de comunidades locais.

Impactos da Pesquisa

O estudo foi conduzido em câmaras climáticas experimentais em Manaus, simulando cenários futuros de temperatura e concentração de CO₂, além de diferentes níveis de microplásticos. Os pesquisadores observaram que a combinação de estressores climáticos e microplásticos teve um impacto mais severo na reprodução dos fungos do que cada fator isoladamente.

No cenário intermediário, com aumento de temperatura e microplásticos, houve uma queda acentuada na produção de esporos, essencial para a dispersão fúngica. Curiosamente, no cenário extremo, a produção de esporos aumentou, indicando que as interações entre esses estressores podem gerar efeitos inesperados.

Potencial Biotecnológico

Um achado significativo foi a espécie Pestalotiopsis microspora, que demonstrou maior produção de esporos em ambientes com alta concentração de microplásticos. Essa espécie já é conhecida por sua capacidade de degradar plásticos, sugerindo um potencial para biorremediação em ecossistemas aquáticos.

Os resultados do estudo ressaltam a importância de entender como os igarapés respondem às mudanças ambientais. A pesquisa contribui para o debate global sobre mudanças climáticas, especialmente com a Amazônia se preparando para sediar a COP 30 em 2025. Proteger a biodiversidade fúngica é crucial para a saúde dos ecossistemas e para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

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