- Uma pesquisa liderada pela geneticista molecular Hayley Mountford, da Universidade de Edimburgo, identificou 80 regiões do DNA associadas à dislexia, incluindo 36 regiões inéditas.
- O estudo, que reuniu dados genéticos de mais de 1,2 milhão de pessoas, reforçou as ligações com o TDAH e observou correlações genéticas com nível educacional, desempenho cognitivo e condições de dor crônica.
- A dislexia é uma condição de neurodesenvolvimento que afeta cerca de 10% da população mundial, com uma forte base genética.
- Muitas das novas regiões genéticas estão relacionadas ao desenvolvimento precoce do cérebro e se sobrepõem a genes associados ao TDAH.
- O estudo sugere que fatores biológicos comuns podem influenciar tanto as diferenças de leitura quanto a sensibilidade à dor.
Nova Pesquisa Revela 80 Regiões Genéticas Associadas à Dislexia
Uma pesquisa liderada pela geneticista molecular Hayley Mountford, da Universidade de Edimburgo, identificou 80 regiões do DNA associadas à dislexia, incluindo 36 regiões inéditas. O estudo, que reuniu dados genéticos de mais de 1,2 milhão de pessoas, também reforçou as ligações com o TDAH e observou correlações genéticas com nível educacional, desempenho cognitivo e condições de dor crônica.
Base Genética da Dislexia
A dislexia é uma condição de neurodesenvolvimento que afeta cerca de 10% da população mundial. Estudos anteriores já haviam indicado uma forte base genética na dislexia, com estimativas de hereditariedade entre 40% e 60%. Essa nova pesquisa fornece evidências mais robustas sobre os genes envolvidos.
Descobertas Significativas
Entre as novas regiões genéticas encontradas, muitas estão relacionadas ao desenvolvimento precoce do cérebro, em especial à formação de circuitos neuronais. Algumas delas também se sobrepõem a genes associados ao TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), condição que frequentemente ocorre em conjunto com a dislexia.
Correlações Genéticas
O estudo também observou correlações genéticas com nível educacional, desempenho cognitivo e até mesmo com condições de dor crônica. Embora o mecanismo ainda não esteja claro, a sobreposição sugere que fatores biológicos comuns possam influenciar tanto as diferenças de leitura quanto a sensibilidade à dor.
Implicações Futuras
Os resultados reforçam a ideia de que a dislexia não deve ser vista como uma condição isolada, mas como a extremidade de um espectro contínuo de habilidades de leitura presentes na população. Em outras palavras, trata-se de uma variação dentro do desenvolvimento humano, fortemente modulada por fatores genéticos.
Avanços na Compreensão
Ainda distante de aplicações clínicas diretas, o estudo abre caminho para compreender melhor as bases biológicas da dislexia e, futuramente, aprimorar métodos de diagnóstico precoce e apoio educacional. Para Mountford e colegas, os achados demonstram a força de estudos genômicos em larga escala.
Conclusão
Esse é apenas o começo de uma compreensão mais profunda sobre como fatores biológicos moldam nossa capacidade de ler, segundo os autores.