- Pesquisadores do MIT estabilizaram íons borenium e mostraram emissão de luz do vermelho ao infravermelho próximo, com rendimento quântico que pode chegar a dezenas de por cento.
- Os novos materiais podem formar cristais, filmes e pós, com aplicações em bioimagem, sensores de temperatura e diodos emissores de luz orgânicos (OLEDs).
- A emissão na faixa de infravermelho próximo facilita a penetração em tecidos e reduz interferência de fluorescência azul e verde, segundo o professor Robert Gilliard.
- O estudo foi publicado na revista Nature Chemistry e representa avanço no uso de íons borenium estáveis para biomedicina e optoeletrônica.
- Futuramente, pretende‑se ampliar a faixa de cores, explorar novas famílias de ligantes carbodicarbenes (CDCs) e incorporar átomos de boro adicionais para maior eficiência.
Pesquisadores do MIT desenvolveram uma nova classe de drogas fluorescentes baseadas em íons borenium, que agora são estáveis e emitem luz na faixa do vermelho ao infravermelho próximo. Este avanço, publicado na revista *Nature Chemistry*, promete aplicações significativas em bioimagem e sensores.
Historicamente, os íons borenium eram instáveis e exigiam manuseio em ambientes controlados. Estudos anteriores, realizados em 2019 e 2022, mostraram que ligantes conhecidos como carbodicarbenes (CDCs) poderiam estabilizá-los. Agora, a equipe do MIT conseguiu não apenas estabilizar esses íons, mas também demonstrar um rendimento quântico elevado, que pode chegar a dezenas de porcento.
Aplicações Potenciais
As novas moléculas podem ser convertidas em cristais, filmes e pós, facilitando seu uso em diversas aplicações. A emissão de luz na faixa do infravermelho próximo é crucial, pois permite uma melhor penetração em tecidos, resultando em imagens mais claras de estruturas internas, como tumores. Robert Gilliard, professor de Química no MIT, destacou que a escolha dessa faixa de luz é essencial para evitar a interferência de fluorescência azul e verde, que pode obscurecer os sinais desejados.
Além de bioimagem, os pesquisadores vislumbram o uso dessas moléculas como sensores de temperatura e em diodos emissores de luz orgânicos (OLEDs). A capacidade de responder a mudanças de temperatura, emitindo diferentes cores, pode ser útil para monitorar condições de transporte de medicamentos e vacinas.
Avanços Futuros
Os próximos passos incluem a ampliação da faixa de cores emitidas e a exploração de novas famílias de ligantes CDCs. Gilliard e sua equipe pretendem colaborar com outros pesquisadores para investigar a viabilidade da aplicação desses materiais em células, além de desenvolver métodos para incorporar átomos de boro adicionais, visando uma emissão ainda mais eficiente.
Esses avanços representam um marco significativo no campo da química e podem revolucionar a forma como realizamos a bioimagem e a monitorização de temperatura, além de abrir portas para novas tecnologias em dispositivos optoeletrônicos.