- O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido aos físicos John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis pela demonstração prática do tunelamento quântico macroscópico em circuitos supercondutores, conforme anúncio da Academia Real de Ciências da Suécia em 7 de outubro.
- O prêmio soma 11 milhões de coroas suecas, aproximadamente R$ 6,2 milhões, a serem divididos entre os três laureados.
- A pesquisa mostrou que fenômenos quânticos podem ocorrer em objetos grandes o bastante para serem manipulados, alavancando a criação de qubits e da computação quântica.
- Ao aplicar micro-ondas nas junções Josephson, os cientistas observam que o circuito absorve e emite energia em pacotes discretos, comprovando a quantização de energia em sistemas macroscópicos.
- O avanço é visto como ponte entre física fundamental e tecnologia, fortalecendo o desenvolvimento de tecnologias quânticas no mundo, incluindo no Brasil, onde há interesse em centralizar esforços e formação na área.
O Prêmio Nobel de Física de 2025 foi concedido a John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis pela demonstração prática do tunelamento quântico macroscópico em circuitos supercondutores. O anúncio foi feito pela Academia Real de Ciências da Suécia em 7 de outubro. Os cientistas dividirão o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 6,2 milhões).
A pesquisa deles revolucionou a compreensão das leis da mecânica quântica, mostrando que fenômenos quânticos podem ocorrer em objetos grandes o suficiente para serem manipulados. Essa descoberta é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias como a computação quântica, criptografia ultrassegura e sensores de alta precisão.
Na década de 1980, os laureados criaram um circuito elétrico supercondutor, utilizando uma junção Josephson, que permitiu observar fenômenos quânticos em escala macroscópica. Essa estrutura é tão sensível que possibilita a observação de como bilhões de elétrons se comportam como uma única partícula, atravessando barreiras de energia.
Impacto das Descobertas
Os experimentos realizados por Clarke, Devoret e Martinis demonstraram que o comportamento quântico não se limita a partículas isoladas. Ao aplicar micro-ondas em suas junções, eles observaram que o circuito absorvia e emitia energia em pacotes discretos, revelando a quantização de energia. Isso permitiu a criação de qubits, a base da computação quântica moderna.
A pesquisa também desafiou a antiga crença de que a mecânica quântica se restringia a sistemas pequenos. De acordo com o físico Felipe Crasto de Lima, essa descoberta representa uma ponte entre a física fundamental e a engenharia de dispositivos. O impacto se estende a diversas áreas, desde a ressonância magnética até medições de campos magnéticos.
Futuro da Tecnologia Quântica
O avanço das tecnologias quânticas no Brasil tem sido significativo, com investimentos nos últimos 20 anos. Especialistas apontam a necessidade de um centro nacional para o desenvolvimento de tecnologias quânticas, que possa concentrar esforços e garantir autonomia tecnológica. O potencial do país é reconhecido, mas o desafio permanece na formação contínua de novos cientistas e no financiamento de projetos a longo prazo.