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Estações meteorológicas do Brasil enfrentam falhas e envelhecimento preocupantes

Corte orçamentário e falta de profissionais agravam falhas em estações meteorológicas, comprometendo previsões em 15 capitais brasileiras.

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O Brasil enfrenta sérios problemas na coleta de dados meteorológicos, com uma rede de estações automáticas envelhecida e uma taxa de pane significativa. Um levantamento recente revelou que quinze das 26 capitais brasileiras têm falhas nas estações automáticas, com algumas cidades sem dados há meses. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) enfrenta cortes orçamentários e falta de profissionais, o que compromete a manutenção das estações.

Dados do Inmet mostram que as 564 estações automáticas do país têm uma taxa média de pane de 22,4% das horas de operação. Isso significa que, em média, a cada cinco horas, as estações deixam de captar dados por uma hora. As estações mais antigas, com cerca de 25 anos, apresentam panes em quase 30% do tempo. Cidades como Salvador, Brasília e Manaus estão entre as mais afetadas.

A análise indica que 497 estações (88,1%) têm mais de dez anos. Nos últimos cinco anos, apenas três novas estações foram instaladas. Especialistas alertam que a falta de dados confiáveis compromete a precisão das previsões meteorológicas, especialmente em um cenário de emergência climática. O professor Ricardo de Camargo, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a falta de dados reais dificulta a construção de modelos de previsão eficazes.

Desafios e Consequências

A situação é crítica em várias capitais. Em Aracaju (SE), a estação automática não mede temperatura desde 17 de outubro de 2024. Recife (PE) perdeu a cobertura do Inmet em 2021, e em Teresina (PI), as estações pararam em 2024. Em Palmas (TO), a estação automática não registra dados desde abril do ano passado. O professor Artur Jacobus, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), afirma que 15 capitais estão "praticamente no escuro".

Além disso, a distribuição geográfica das estações é desigual, com áreas do Norte do Brasil, como a Amazônia Legal, apresentando lacunas significativas. O Amazonas, por exemplo, possui apenas 19 estações, menos que estados menores como Tocantins e Piauí.

Orçamento e Futuro

O Inmet enfrenta cortes orçamentários que impactaram a manutenção das estações. O orçamento caiu de R$ 29,1 milhões em 2020 para cerca de R$ 15 milhões em 2023. Embora o governo tenha anunciado um plano de reestruturação com um aporte de R$ 200 milhões, a falta de profissionais é preocupante. O número de meteorologistas caiu de 71 para 27 nos últimos anos.

O Inmet afirma que suas estações têm padrão elevado e que a atual política de manutenção visa realizar ao menos duas manutenções anuais em cada estado. No entanto, a falta de novos profissionais e a necessidade de modernização da infraestrutura permanecem desafios significativos para a meteorologia no Brasil.

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