O tráfico de animais silvestres está crescendo, especialmente entre os jovens, segundo uma pesquisa da Renctas. Muitos adolescentes e jovens adultos estão se envolvendo nesse comércio ilegal, influenciados pelas redes sociais. Um exemplo é Tiago, um estudante de medicina veterinária de 24 anos, que começou a criar répteis aos 14 e agora negocia animais em grupos no WhatsApp. A pesquisa analisou mensagens de grupos de venda e encontrou que a maioria dos vendedores tem entre 11 e 30 anos. Os traficantes usam táticas como pseudônimos e chips de celular de outros países para evitar serem pegos. Muitos jovens não percebem que suas ações são ilegais e acreditam que estão ajudando a preservar espécies. O comércio ilegal também se aproveita de plataformas de e-commerce, onde os vendedores disfarçam a venda de animais. A Renctas destaca que a falta de consciência sobre a gravidade do tráfico é um grande desafio para combatê-lo.
O tráfico de animais silvestres tem se tornado uma prática alarmante, especialmente entre os jovens. Uma pesquisa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) revela que muitos adolescentes e jovens adultos estão se envolvendo no comércio ilegal de espécies, influenciados por redes sociais e plataformas digitais.
Um exemplo é o estudante de medicina veterinária Tiago, de 24 anos, que, apesar de sua paixão por répteis, admite participar desse comércio ilegal. Desde os 14 anos, ele cria animais silvestres, como iguanas e serpentes, e utiliza grupos no WhatsApp para negociar. A pesquisa da Renctas analisou cerca de 3 mil mensagens em grupos de comércio de animais silvestres, destacando a presença significativa de jovens de até 30 anos nesse mercado.
Os traficantes utilizam estratégias sofisticadas para operar, como o uso de pseudônimos e chips de celular de outros países, dificultando investigações. A maioria dos vendedores é composta por jovens, com 254 anúncios feitos por pessoas entre 21 e 30 anos e 246 por adolescentes de 11 a 20 anos. Essa familiaridade com a tecnologia permite que eles operem com discrição.
Além disso, muitos jovens não têm consciência da ilegalidade de suas ações. Dener Giovanini, coordenador da Renctas, afirma que os traficantes veem os jovens como alvos fáceis, seduzindo-os com a ideia de que podem enriquecer rapidamente. O agente ambiental Bruno Campos Ramos, do Ibama, confirma que a participação de menores de idade é comum em feiras de animais, onde frequentemente ocorrem apreensões.
A pesquisa também aponta que o comércio ilegal se beneficia de plataformas de e-commerce, como o Mercado Livre, onde vendedores disfarçam a venda de animais como produtos legítimos. Esse modelo dificulta a fiscalização, pois os anúncios não mencionam diretamente a venda de animais silvestres. O Mercado Livre e o WhatsApp afirmam que não permitem o uso de suas plataformas para atividades ilegais e tomam medidas contra anúncios irregulares.
A falta de percepção sobre a gravidade do tráfico é um fator que contribui para a continuidade dessa prática. Muitos jovens acreditam que estão ajudando a preservar espécies ao criar animais em cativeiro, ignorando as implicações legais e ambientais de suas ações. A Renctas destaca que a desconexão com a realidade é um desafio para o combate ao tráfico de animais silvestres.
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